Abiarroz reforça ao governo posição favorável ao acordo Mercosul-UE
(Por Abiarroz) O diretor-presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Elton Doeler, enviou ofício ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reiterando a posição favorável da entidade à conclusão do acordo Mercosul-União Europeia (UE).
Doeler enfatiza que “um dos objetivos da associação é a consolidação de uma plataforma exportadora de arroz, devido aos excedentes do produto no Mercosul, carregados para o Brasil”. Para tanto, assinala, foi criado, em 2012, o Projeto Brazilian Rice, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
“No ano passado, foram exportados US$ 344,2 milhões e 1,2 milhões de toneladas de arroz beneficiado para mais de 100 países. A União Europeia ocupou posição de destaque, com aumento de 48%, em valor, nas exportações de arroz beneficiado do Brasil entre 2021 e 2022, e de 100% na última década”, informa o diretor-presidente.
De acordo com a Abiarroz, o bloco europeu representou 14% das vendas totais de arroz beneficiado do Brasil em 2022. As importações da União Europeia foram lideradas por Portugal e Espanha. Na última década, a participação do bloco vem crescendo nas exportações do setor, passando de 5º colocado em 2013 para 3º em 2022.
Segundo a associação, o acordo beneficiará 60 mil toneladas a serem exportadas de arroz sem tarifas de importação. Atualmente, toda importação de arroz brasileiro realizada pelo bloco europeu é onerada por tarifas específicas de importação que variam entre 42,5 euro/ton para o arroz quebrado, 175 euro/ton para o arroz branco e 65 euro/ton para o arroz integral.
“Para exemplificar, a tarifa do arroz branco equivale, em média, a 30% do preço FOB da tonelada do produto proveniente do Brasil, inviabilizando as exportações”, pontua Doeler.
O arroz brasileiro, reforça a Abiarroz, é reconhecido pela sua qualidade e atende os requisitos de sustentabilidade na Europa. “Nossa cadeia orizícola cumpre com os mais rígidos LMRs (Limites Máximos de Resíduos] estabelecidos pelos países do bloco, que são inúmeros”
A associação enfatiza ainda que, conforme dados da FAO, a emissão de gás metano na cadeia de arroz no Brasil reduziu em quase 40% entre 2010 e 2019. “Entre os 10 maiores produtores de arroz, o Brasil é o que menos emite gás metano, representando 0,5% da emissão do gás na produção de arroz mundial”, sublinha Elton Doeler no ofício em que defende o acordo Mercosul-União Europeia e pede audiência com Fávaro para detalhar o posicionamento da Abiarroz.