Acima do esperado
Clima e tecnologias geraram a grande colheita do arroz
A colheita da safra 2024/25 de arroz segue em ritmo acelerado nas principais regiões produtoras do Brasil, com destaque para o aumento expressivo da área plantada e bons índices de produtividade, apesar de desafios climáticos em algumas localidades. De acordo com o 8º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado em maio, a expansão do cultivo — tanto em sistemas de sequeiro quanto irrigado — aponta para uma produção robusta, que deverá reforçar o abastecimento interno e manter a competitividade do cereal brasileiro no mercado. A conclusão da colheita, em áreas remanescentes, ocorrerá em julho.
As estimativas revelam um crescimento de 5,7% na área de arroz irrigado, atingindo 1.355,2 mil hectares, enquanto o arroz de sequeiro apresenta alta mais expressiva, de 11,4%, totalizando 361,7 mil hectares. Esse aumento reflete tanto o interesse dos produtores diante de melhores condições de mercado quanto os investimentos em tecnologia e manejo nas lavouras.
Em estados como Santa Catarina e São Paulo, a colheita foi finalizada, com relatos de grãos de alta qualidade e bons rendimentos. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal, mais de 98% da área já foi colhida até 25 de maio. Apesar de episódios de estiagem e variações térmicas que afetaram parcialmente as lavouras, a maioria das plantações apresentou bom desempenho, especialmente devido à radiação solar intensa e adequada irrigação nas várzeas.
No Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, a colheita foi finalizada em maio, com a maior parte das lavouras registrando bons resultados produtivos. Em Mato Grosso do Sul, apesar do registro de doenças fúngicas e acamamento de plantas em áreas tardias, a produtividade foi considerada normal.
Destaques positivos e desafios regionais
Terceiro maior produtor de arroz irrigado do Brasil, o Tocantins apresentou bons resultados, impulsionado pelas condições hídricas e manejo adequados. As lavouras da primeira safra tiveram ótimos rendimentos, graças à regularidade das chuvas, e a segunda safra foi satisfatória.
Já no Maranhão, Piauí e parte do Nordeste, o quadro é mais heterogêneo. No Maranhão, a safra foi considerada boa nas áreas irrigadas, enquanto, no sequeiro, houve mais problemas de desenvolvimento.
Em Goiás e Minas Gerais, as áreas irrigadas, especialmente sob pivôs centrais, mantiveram bom vigor e rendimento satisfatório.