Ágio de leilão desagrada a arrozeiro

Setor pede maior oferta de contratos pelo governo. Decisão depende da Secretaria de Política Agrícola .

O resultado do leilão de opção público de arroz, com venda de 100% da oferta e ágio de R$ 2,50, supreendeu negativamente o setor produtivo do RS e até a própria Conab e a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Após o anúncio do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, do alongamento das dívidas de custeio para 2006, os representantes esperavam redução da diferença, que, na semana passada, atingiu R$ 2,03.

Nesta quinta-feira 11 foram vendidos todos os 3.074 contratos de opção para venda de arroz gaúcho com preço de abertura de 24,00/saca de 50 quilos, incluindo taxa e corretagem. Os 630 contratos ofertados para SC, porém, foram adquiridos sem ágio. Para o superintendente regional da Conab/RS, Carlos Manoel Farias, o resultado sinaliza que o valor de R$ 21,50 a ser pago em outubro, se confirmadas as opções, parece servir à média dos arrozeiros. ‘No tensionamento entre o setor e o governo, a política econômica está pegando mais pesado.’

O presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz e vice da Farsul, Francisco Schardong, considerou que a incidência de frete e compromissos com juros, que ainda reduz o valor final do produto, apontam ‘irrealidade do mercado’. Na sua avaliação, ‘a fotografia do leilão tem dois aspectos: houve liquidação total da oferta, mas, no final, ficaremos com R$ 20,00. Melhor optar pelas AGFs, nesse mesmo valor e à vista, com frete pelo governo.’

Segundo o presidente da Federraroz, Valter José Pötter, o indicativo é de um mercado retraído em razão dos excedentes. No seu entendimento, a União deveria aumentar a disponibilidade de recursos para opção, passando para 200 mil toneladas. O vice-presidente da BBM, Ronaldo Carvalho, sugere que sejam lançados de 6 mil a 7 mil contratos de opção, unificando os dois pregões. ‘A medida resultaria em um ágio próximo a zero.’ Para Farias, o aumento da oferta dependeria da disponibilidade de recursos e de decisão da Secretaria de Política Agrícola.

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