Ágio sobe em leilão público com a negociação de toda oferta de arroz

Como o governo anunciou a prorrogação das parcelas de custeio de arroz de julho e agosto para março e abril de 2006, era esperada uma redução do ágio no leilão desta quinta-feira.

Foram negociados nesta quinta-feira 11 todos os 3.074 contratos de opção de venda de arroz do Rio Grande do Sul ofertados em leilão público pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a procura, o custo de aquisição do contrato (ágio) subiu para o equivalente a R$ 2,50 por saca de 50 quilos. No leilão anterior, o custo de aquisição tinha sido de R$ 2,15.

O superintendente regional da Conab no Rio Grande do Sul, Carlos Farias, observou que, na liquidação dos contratos, prevista entre os dias 17 e 31 de outubro, o produtor que optar pela venda ao governo irá receber R$ 21,50 pela saca – após deduzir o custo de aquisição de R$ 2,50 do preço de exercício, de R$ 24,00.

Como o governo anunciou a prorrogação das parcelas de custeio de arroz de julho e agosto para março e abril de 2006, era esperada uma redução do ágio no leilão desta quinta-feira, pois os produtores não teriam mais tanta urgência em negociar o grão para quitar estes compromissos. Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter Pötter, a explicação para a procura está nos volumes ofertados e no período de negociação.

“Um dos motivos é que o volume é pequeno”, analisou Pötter, reivindicando a oferta de 200 mil toneladas por leilão. Além dos 3.074 contratos (de 27 toneladas cada) de arroz gaúcho, foram ofertados 630 contratos de produto de Santa Catarina, que foram negociados pelo preço de abertura (R$ 64,80). Outro motivo apontado pelo dirigente é a demora do governo em apoiar a comercialização do grão e em anunciar o adiamento do custeio.

Pötter disse que é importante uma confirmação do governo para a parcela que falta ser liberada dos recursos de R$ 600 milhões anunciados para apoiar a venda de arroz. Até agora, teriam sido aplicados cerca de R$ 300 milhões. Embora o exercício do leilão público vá coincidir com a entressafra de arroz, quanto teoricamente o preço deveria subir, este ano a comercialização foi atípica e não é possível prever um comportamento padrão, indicou Pötter.

O aumento do custo de aquisição dos contratos de opção sinaliza um período mais prolongado de dificuldades na comercialização de arroz, analisou o superintendente da Conab.

Além do leilão público, foi realizado também hoje um pregão de prêmio de risco de contratos privados de opções de venda de arroz. Entre os 3.843 contratos do Rio Grande do Sul, foram negociados 1.967. Como não houve disputa, o prêmio permaneceu em R$ 3,00. Não houve demanda para os 787 contratos de Santa Catarina ofertados.

Outra opção da Conab para apoiar a comercialização de arroz poderá ser o mercado externo. A companhia foi autorizada a desenvolver um projeto para intermediar a exportação de excedentes agrícolas, incluindo o arroz, para países da América do Sul e África. O objetivo da Conab não é competir com os exportadores privados, ressaltou Farias, mas sim estimular novos mercados para estes excedentes.

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