Agosto começa prometendo melhores preços

 Agosto começa prometendo melhores preços

Algumas propriedades já trabalham no manejo de inverno

Depois de uma queda de 1,27% nas cotações em julho, primeiros três dias úteis de agosto trouxeram novo ânimo ao mercado gaúcho.

Se agosto é o mês do desgosto, foi em junho e julho que os arrozeiros gaúchos viram os preços do arroz despencarem no Rio Grande do Sul, depois de testarem um teto de até R$ 46,00 na Zona Sul em maio. E em agosto, o otimismo começa a reinar já nos primeiros dias, com grande expectativa sobre uma retomada na evolução dos preços. Nos três primeiros dias úteis as notícias são boas para os agricultores: as cotações voltaram a subir e acumularam 0,77%, chegando a R$ 43,23 nesta segunda-feira, dia 5 de agosto. Pela cotação do dólar, que desvalorizou em função da disputa comercial com a China, a equivalência ficou em US$ 10,91 por saca de 50 quilos.

A notícia também é boa para os produtores, pois abaixo dos US$ 11,00 a importação tende a não ser tão grande e as exportações voltam a ter maior competitividade. Mas, para isso, os patamares da moeda estadunidense precisam se manter acima de R$ 3,90. Ontem, fecharam o dia em R$ 3,97. Com a previsão da aprovação da reforma da previdência na Câmara Federal até sexta-feira, há uma tendência dessa cotação cair, a menos que o cenário internacional se mantenha turbulento.

ALTA

A semana passada começou com as indústrias alvoroçadas com a informação de que a Venezuela, em parceria com a China, devem movimentar 240 mil toneladas no Mercosul. Isso enxuga o estoque disponível e alivia a pressão no mercado. Segunda e terça-feira, 29 e 30 de julho, foram de sondagens. Na quarta-feira começaram a ser fechados negócios. Na região Central e na Fronteira Oeste, lotes que obtinham oferta de R$ 42,00 brutos ao produtor foram negociados por R$ 43,00, líquidos, mais frete de R$ 5,00/t por empresas de Santa Catarina. A preferência foi por arroz acima de 60% de inteiros, variedades nobres e lotes de 20 mil a 30 mil sacas na Região Central.

Em outras regiões, como o Litoral Norte e nas Planícies Costeiras, também foram reportadas maiores demandas, em especial das empresas de menor porte. Uma das leituras que se pode fazer é que estas empresas têm um giro mais curto, pois os estoques e o capital são menores. Com a possibilidade muito provável de que ainda esta semana o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprove o adiamento das parcelas de custeio de julho (já vencida) e de agosto (por vencer), a empresas preferiram voltar às compras, prevendo a retração dos produtores.

Contavam com uma oferta mais pesada, por parte dos produtores, para pagarem o custeio. Como ela foi adiada para setembro e os estoques eram mais curtos, precisaram repor a matéria-prima.

Empresas de maior porte estão em alerta e seus compradores também avançaram para sondagens e buscam detalhamento da relação de oferta e demanda do Mercosul.

PROTESTO

Com ou sem parcelas prorrogadas, os produtores de arroz de todo o Rio Grande do Sul começaram a se mobilizar individualmente, cada região com uma estratégia. Em Cachoeira do Sul a UCR colocou tratores e produtores na frente da agência do Banco do Brasil para protestar contra a morosidade do governo federal em anunciar medidas como a suspensão dos vencimentos de julho e agosto acompanhadas de medidas que solucionem os impasses estruturais da orizicultura gaúcha. Em Dom Pedrito os agricultores optaram pela gravação de vídeos reforçando o apoio ao governo, mas cobrando posições. Nesta quarta-feira é esperada uma mobilização com 200 a 300 arrozeiros em Cachoeira do Sul.

DÉFICIT

O mês de julho voltou a apresentar déficit na balança comercial do arroz. As importações foram maiores que as exportações. A boa notícia é que o déficit foi de apenas 11 mil toneladas, com o embarque de 104 mil e a compra de 115 mil, sua maioria do Paraguai. A cadeia produtiva esperava uma compra próxima de 150 mil toneladas, que não se confirmou. Com isso, o saldo segue positivo no ano comercial – março 2019 a fevereiro de 2020 – em 100 mil toneladas, e mais de 220 mil toneladas no ano civil (janeiro a dezembro de 2019). O mercado opera com a expectativa do anúncio de um grande contrato dos exportadores brasileiro para agosto/setembro.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 43,00 para a saca de arroz em casca de 50 quilos (58×10) no Rio Grande do Sul, enquanto o produto beneficiado, em 60 quilos, sem ICMS, branco, Tipo 1, é cotado a R$ 94,00. O canjicão alcança R$ 58,00 em sacas de 60 quilos, nos quais a quirera fica em R$ 42,00, estáveis. O farelo de arroz (FOB RS) é cotado a R$ 440,00.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços aos consumidores continuaram em queda, embora menores, no mês de julho. Cotações médias do pacote de 5 quilos do arroz branco, Tipo 1, nas gôndolas das capitais pesquisadas por Planeta Arroz, variam entre R$ 13,00 e R$ 13,59, dependendo da marca e da relação comercial entre varejista/distribuidor/indústria. Os preços mínimos estão na faixa de R$ 10,50 a R$ 11,00, mas com a faixa de ofertas em até R$ 8,89. Já o pacote de quilo do arroz de mesma característica tem média de preços de R$ 2,53. Ainda assim, a demanda demonstrou um recuo estimado em 4,5% nesta temporada. 

SOJA

A alta de 1,14% do dólar no Brasil, mais a alta média de 15 cents/bushel dos prêmios nos portos brasileiros somaram-se à leve alta de 0,38% das cotações da soja na Bolsa de Chicago para aumentar os preços da oleaginosa no mercado do país. Assim, os preços evoluíram, novamente,nos portos brasileiros em expressivos 1,97%, para R$ 80,18/60kg.   

2 Comentários

  • Não consigo ser tão otimista como o Claiton… Primeiro pq em São Borja o 424 60 inteiros está valendo R$ 41,32… Ou seja sequer atingiu o mesmo preço de maio que era R$ 41,81… Segundo lugar que essa subidinha do dólar é por especulação e há qualquer momento tudo pode voltar aos R$ 3,70… Principalmente se a aprovação da previdência no Senado for rápida… Custeios a pagar e a pressão da oferta segue normal repondo os estoques… Se não tivesse arroz era um bummm e os preços sobem até 1 pila por dia… Posso estar enganado, mas o quadro é bem outro… Claro que acho dificel os preços cairem, mas a tendência é subirem lentamente!!! Por isso sigo clamando… Plantem menos… Acho que vem pode ser até pior em termos de preços…

  • Plantar menos tem q ser uma meta, e plantar mais soja em áreas seguras, pq o el nino continua ativo, não se sabe até qdo. Não devemos plantar em áreas de risco e daí perder com enchentes, pq mesmo assim o preco não melhorou muito, então temos q ser coerentes e diminuir área mais drasticamente para não gerar mais despesas desnecessárias, onde o produto não cobrirá os custos……………!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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