Agricultores da Louisiana se preparam para o furacão Laura

Os agricultores estão se preparando para o furacão Laura, apressando a colheita nos campos e retirando o gado das áreas costeiras da Louisiana, diante da expectativa de que o fenômeno atinja toda a Costa do Golfo nas próximas horas.

Uma tempestade anterior que atingiu a costa da Paróquia (equivalente ao Condado nos outros estados) de Cameron há quase 15 anos está sendo usada como uma referência com as expectativas de que Laura trará uma tempestade devastadora.

“Está parecendo o furacão Rita”, comparou Andrew Granger , agente da LSU AgCenter em Vermilion Parish.

Granger disse que os arrozeiros estão trabalhando noite adentro para fazer a colheita, observando que a tempestade pode arruinar metade da segunda safra de arroz da paróquia.

O gado está sendo transportado para o norte da Louisiana e espera-se que a tempestade cause danos consideráveis ​​com inundações de água salgada. "Suas cercas terão desaparecido depois da passagem", informou Granger.

Bradley Pousson, agente da AgCenter em Cameron Parish, disse que uma elevação da maré possivelmente superior a três metros é esperada ao longo da costa.

Os pecuaristas aprenderam a mover seus rebanhos logo após os furacões Rita em 2005 e Ike em 2008. “Oramos para nunca mais precisarmos fazer isso, mas aqui estamos”, disse Pousson.

Jimmy Meaux, agente da AgCenter em Calcasieu Parish, disse segunda-feira que os produtores de gado começaram a mover rebanhos no fim de semana passado. “Eles se movimentarm muito ontem, mas muito mais hoje. Só demoram um pouco para tirá-los do pântano”, afirmou.

O especialista regional em gado de corte da AgCenter, Vince Deshotel, tem ajudado os criadores a encontrar pastagens seguras para os rebanhos. “Eles estão apenas procurando pastagens de reposição de curto prazo para o período de tempestade”, pontuou. Eles estão recebendo doações de feno.

Faltam poucas semanas para o início da colheita da cana, e os agricultores já estão plantando para a safra do próximo ano. Blair Hebert, agente da AgCenter para cana-de-açúcar na região de Bayou Teche, considera que os agricultores conseguiram concluir cerca de um terço do plantio.

Mas a cana que aguarda colheita será afetada pelo vento. Se as plantas forem derrubadas ou alojadas, os caules tenderão a crescer eretos se a cana não for achatada, mas os caules quebrados não se recuperarão. “A cana-de-açúcar é uma cultura muito resistente e com certeza vamos testá-la”, disse Hebert. Este ano se configurava para uma boa safra de cana, possivelmente uma das melhores.

Um grande problema para os agricultores depois de Rita foi a quantidade de entulho empurrado para os campos pela maré, complicando a colheita.

O fazendeiro Jeffrey Sylvester , de Whiteville, está colhendo arroz, mas ainda tem cerca de 1.600 acres para amadurecer. Ele estava lutando na segunda-feira para fazer melhorias na drenagem de seus campos de soja. “Tenho 700 acres de lindos grãos, nos resta torcer”.

O fazendeiro Richard Fontenot , de Vidrine, disse que conseguiu ajuda e fez um empréstimo de equipamentos para terminar sua safra de arroz. “Temos batido forte nos últimos quatro dias para retirar o máximo de grãos do campo, mesmo com alguma umidade para secar depois”, reconheceu.

Fontenot disse que participou de uma reunião virtual enquanto operava sua colheitadeira. Ele esperava terminar a colheita até a manhã de terça.

O especialista em arroz da AgCenter, Dustin Harrell, disse que o grão de arroz que ainda está no campo pode ser arrancado das plantas – debulhe – e os caules podem ser derrubados – acamamento. O arroz maduro brotará e perderá o valor se for inundado. “Basicamente, você pode perder toda a safra”, destacou.

A safra de soja parece é considerada boa este ano. “Seria um grande desastre uma tempestade chegar tão tarde e arruinar esta colheita. Você pode fazer tudo certo durante todo o ano e perder tudo num instante”, resumiu.