Agronegócio ainda supera crise de 2015
Autoria: José Luiz Tejon Megido, conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.
Com clima adverso, crise no país, custos para produzir crescentes e mesmo com tudo isso o agronegócio supera e vence a crise em 2015. O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio em 2015 foi de 1 trilhão, 230 bilhões de reais. Repetindo 2014 em faturamento num país que caiu cerca de 4% no seu PIB geral. Deveremos produzir com todos os riscos climáticos do El Nino, trazendo chuvas elevadas no Sul/Sudeste e seca no Nordeste e parte do Brasil Central cerca de 213 milhões de toneladas, uma nova super safra.
O cooperativismo brasileiro teve na COAMO, Cooperativa de Campo Mourão, o seu exemplo máximo: cresceu 6% faturando quase 9 bilhões de reais e deverá chegar ao final da safra 2015/2016 com 10 bilhões de reais. E no reino do cacau, a hoje maior franquia de chocolates do mundo, a Cacau Show cresceu 11% suas receitas. Ou seja, com toda crise, superamos no agronegócio nas carnes, nos grãos, colocamos muita coisa em ordem na cana-de-açúcar, na laranja, no café e sim, tem muita coisa pra ser feita ainda.
Mas de todos os desafios do agronegócio, o maior de todos os desafios continua do lado de fora das porteiras das fazendas: infraestrutura, logística, regras, seguro, e afastar do setor a tentação diabólica de colocar imposto adicional na venda dos grãos.
O agronegócio do dentro da porteira, os produtores rurais sozinhos não conseguirão continuar vencendo a guerra da crise nacional. Há necessidade de um basta para tanta incompetência na gestão do Brasil, das relações entre as cadeias produtivas, e na sede por arrecadação.
Mais imposto no grão. Essa não!
1 Comentário
Acompanho, já há algum tempo, as brilhantes palestras do Prof. Tejon, sempre com temas de vanguarda como a intltulada " Como transformar o arroz em caviar" proferida na abertura da colheita do arroz em Mostardas-RS, em que coincidimos sobre a necessidade da agregação de valor à cadeia do arroz. Conheço um pouco a região da COAMO e da COOPAVEL aonde o agronegócio gera receitas a partir da transformação dos grãos permitindo que o interior dos municípios sejam dotados de excelente infraestrutura asfáltica e de serviços públicos de primeira grandeza. No entanto, neste texto, talvez por ser um tanto conciso, não apresenta saída para a obtenção dos recursos financeiros para o tão necessário investimento em logística e nos demais itens citados. Temos que produzir mais dinheiro para dar conta disso, seja através da integração das cadeias produtivas, de parcerias privado x privado ou simplesmente através de mais impostos. Algo tem que ser feito e enfrentado sob pena de ficarmos bem com todos e as questões urgentes do nosso "condomínio Brasil" serem proteladas "ad eternum".