Ajuste necessário
Colheita na Eládia, Paraguai: produtividade alta e boa colheita com novas estratégias
O Mercosul reduz mais a área que a produção. Clima é um dos motivos
A área e a produção dos quatro países arrozeiros do Mercosul serão menores na temporada 2022/23 Semearam 1,98 milhão de hectares, o menor espaço em 20 anos. A colheita deverá alcançar 14,26 milhões de toneladas.
Clima, custos e alternativas de cultivo, como soja, determinaram o cenário. O descarte de zonas menos produtivas reflete o momento da cultura, pois com redução de 7,6% em terreno – 162,5 mil hectares, que correspondem a toda a superfície do Paraguai na safra 2021/22 –, a produtividade mantém a estabilidade das colheitas.
A produção na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai deve ser de 14.264,7 mil toneladas, queda de 1,24% ante a temporada anterior ( -179,4 mil t).
Isso demonstra a evolução tecnológica com os híbridos e sistemas de produção resistentes às invasoras e os ganhos da rotação com soja e milho que geram potencial de agregar até duas toneladas/ha a mais de arroz.
Exceção, o Paraguai aumentou área pelo clima – menos ruim que em 2021/22 – e migração de lavouras da bacia do Rio Tebicuary para o Rio Paraguay, que conferiu estabilidade à irrigação e bons rendimentos. O Paraguai subiu de 160 mil na temporada passada a 180 mil/ha semeados. Ultrapassará a Argentina em produção, superando 1,2 milhão de t.
Destes, 280 mil serão consumidos no próprio país e 800 mil deverão vir para o Brasil. O restante será estoque e exportações a terceiros. O Uruguai reduziu quatro mil hectares. O desafio é a gestão da água até o fim do ciclo.
Na Argentina, a seca é grave. A área e o volume a ser colhido são incertos. O governo indica 190 mil/ha semeados, a consultoria O&T, 180,2 mil, e a Bolsa de Cereais de Entre Ríos, 172 mil hectares. “O importante não é quanto foi plantado, mas o que está perdido e o que será colhido”, disse Fabián Franzece, da O&T. Crê que podem ter sido perdidos até 30 mil hectares.
