Alerta para o arroz instantâneo

nTeste indica altos índices de realçador de sabor que em excesso prejudica a saúde, poucos nutrientes e presença de partes de insetos em seis tipos do produto. Análise também mostra problema em um tipo de macarrão de pacote.

Opção rápida para quem tem pouco tempo à refeição, os alimentos instantâneos podem não ser a escolha mais saudável, se consumidos diariamente. Pesquisa da Associação de Defesa do Consumidor Pro Teste analisou seis tipos de arroz e um de macarrão de pacote e constatou altos índices de realçador de sabor (glutamato monossódico), poucos nutrientes e falta de higiene. Além disso, em quase todas as amostras foram encontrados ácaros e partes de insetos.

Cada 225g da Pasta aos quatro Queijos da Maggi apresentou 17 fragmentos de insetos. Já em produtos do Tio João foram vistos ácaros. A associação analisou o Arroz à Grega das marcas Blue Ville e Tio João, o Arroz de Carreteiro da Maggi e Tio João, a Pasta aos quatro Queijos da Maggi, além da Receitas do Chef Ervas Finas Uncle Ben’s e Arroz Ervas Finas Tio João.

Segundo a pesquisa, todas as marcas avaliadas apresentaram glutamato monossódico, substância que, se consumida em excesso, pode causar alergias, náusea e dor de cabeça.

NEUROTOXINA

O Arroz Carreteiro Maggi apresentou 40g de aditivo por quilo de alimento, ou seja quatro vezes mais o limite europeu, que é de 10g por quilo. Já na Pasta aos quatro Queijos havia 20g de glutamato. A Pro Teste verificou ainda que os alimentos semiprontos não suprem as necessidades de nutrientes que o corpo precisa em uma refeição.

De acordo com a nutróloga Tamara Mazaracki, o glutamato monossódico é uma neurotoxina, que, se consumida em excesso, pode levar à perda de neurônios. Além disso, pode causar a chamada “síndrome do restaurante chinês”, caracterizada por vermelhidão facial, alergias, taquicardia, além de dor de cabeça e náuseas. “Ao comer uma única refeição carregada em glutamato monossódico, a pessoa pode sentir todos os sintomas”, alerta.

Já em relação aos insetos, a nutróloga afirma que eles não chegam a prejudicar a saúde, mas indicam que a higiene não está sendo feita corretamente. “Se o controle não for rigoroso, mais tarde a contaminação pode ser mais grave”, disse.

A Josapar (Tio João) informou que a Anvisa não estipula limite máximo para o glutamato monossódico. Com relação aos ácaros, a empresa garante que tem controle de pragas e que a contaminação pode ter ocorrido no local onde o produto foi adquirido.

Já em relação aos nutrientes, disse que o produto é acompanhamento e não adicionado de vitaminas e minerais. A Mars Brasil (Uncle Ben’s) informou que não usa glutamato monossódico nos produtos e que o ingrediente não consta na embalagem do arroz.

Programa de prevenção a pragas

Em relação aos nutrientes, a Mars Brasil informou também que o arroz é acompanhamento, sendo necessários outros grupos de alimentos para se tornar uma refeição completa. Segundo a empresa o produto analisado não é mais fabricado desde 2008. Em relação ao glutamato monossódico, a Nestlé informa que cumpre o estabelecido pela Anvisa. A empresa informa ainda que conta com um programa específico de prevenção de pragas em suas fábricas. Procurada, a Blue Ville não falou sobre o assunto.

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