Alto custo de arroz local preocupa governo nigeriano

 Alto custo de arroz local preocupa governo nigeriano

Ogbeh: concorrência com arroz subsidiado deixa caro produto interno

Arroz importado chega a N9 mil por saco na Nigéria e é vendido a N13 mil aos consumidores, ao contrário do arroz local negociado em N16 mil/saco.

O governo nigeriano está preocupado com o alto custo do arroz de produção nacional, até 20% acima dos preços do arroz importado no mercado local. O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Audu Ogbeh, disse que a situação preocupa, considerando os esforços do governo para incentivar a produção local. Ele levantou a preocupação em evento com a presença do presidente do Comitê de Agricultura do Senado, Abdullahi Adamu.

E explicou que o país passou muito tempo falando sobre agricultura, mas com poucos resultados para mostrar. Para Ogbeh, que esteve em Abuja para o fórum consultivo sobre o programa de capacitação dos agricultores nacionais, organizado pelo Ministério da Agricultura e Eurobase Consult limitada, falar e lamentar não é suficiente: é preciso mostrar resultados.

"Precisamos medir as ações do governo pelo número de tratores e pulverizadores entregues aos fazendeiros, pelas indústrias que entram em funcionamento”, frisou.

Ogbeh entende que os preços locais acima do arroz estrangeiro têm razões bastante simples: a maior parte do importado vai do Vietnã, Índia e Tailândia, que subsidiam a exportação de arroz.

Ele explicou que o arroz importado chega a cerca de N9 mil por saco na Nigéria e é vendido em cerca de N13 mil por saco aos consumidores, ao contrário do arroz local negociado em N16,000 por saco.

O ministro lamentou também as taxas de juros dos empréstimos agrícolas, que desfavorecem a produção local. "Nossas taxas de juros neste país são mais altas do que a taxa de juros na maioria das partes do mundo”, afirmou. "Outra razão para o alto custo do arroz local é o preço do diesel para gerar geradores nas fazendas. Diesel passou de N180 por litro para N300", acrescentou.

O ministro disse que o governo federal está muito preocupado com o alto custo do arroz local e que numa reunião, esta semana, com o Presidente Interino Yemi Osinbajo e o Ministro das Finanças Kemi Adeosun iria discutir o tema. E explicou que, há programas em desenvolvimento para atender aos produtores locais. "Por isso, no próximo mês, haverá arroz nigeriano ao melhor preço que já tivemos", assegurou.

Mas o senador Abdullahi Adamu, aparentemente irritado com o lento ritmo do progresso no setor, disse que a época de plantio de 2017 já havia começado na maior parte da Nigéria, apontando que o que os agricultores precisam é algo tangível, não promessas. "Eu disse isso porque estou sofrendo. Eu sou parte deste governo e sou parte da agricultura. Sabemos com que dinheiro contamos, em que rubricas votamos dinheiro", afirmou o presidente da Comissão de Agricultura do Senado, enfatizando que com o compromisso deste governo era de se esperar resultados muito melhores.

Ele observou que antes do governo federal assumir o Ministério da Agricultura, o país tinha ministérios regionais que trabalhavam muito melhor para o setor. “Tudo o que estamos dizendo hoje, fizemos ontem. Cada promessa que estamos fazendo hoje foi implementada com melhor resultado no passado".

Adamu, ex-presidente da Associação dos Agricultores da Nigéria (AFAN), afirmou: "Sei que este governo quer reposicionar a agricultura, promovendo um avanço significativo nos negócios, para que possamos ser autossuficientes e nossa economia diversificada. Isso não pode ser alcançado com essa atitude para com os programas de governo".

Além disso, os produtores de arroz estão lamentando o alto custo da produção de arroz, dizendo que a situação pode afetar negativamente os planos do governo federal para garantir a autossuficiência na produção de arroz.

Um fazendeiro de arroz em Rivers, Ann Amos, disse à Agência de Notícias da Nigéria (NAN) em Port Harcourt que o custo dos insumos necessários para a agricultura de arroz tinha dobrado.

Ele disse que contratou uma máquina de terra do Ministério da Agricultura do Estado para arar sua fazenda de 12 hectares ao custo de N35.000.

Além disso, Amos disse que um litro de herbicida (químico) agora custa N5 mil, de N3,500 no ano passado. E que sua fazenda de arroz, que cultivou há dois meses, agora precisava de pulverização, acrescentando, no entanto, que o herbicida não estava disponível em Rivers.

Amos explicou que suas pesquisas revelaram que o preço de um litro do herbicida em Ebonyi foi de N5,000, acrescentando que as ervas daninhas já se faziam presentes em sua plantação. Estimou que N60.000 não seria suficiente para pulverizar a fazenda, excluindo o custo do trabalho.

No entanto, observou que o uso de herbicida seria mais efetivo do que a capina manual, pois o custo de trabalhador para a capina manual da fazenda estava entre N2,000 e N2,500 por o dia, enquanto ficou entre N1.500 e N2,000 na estação de cultivo de 2016.

O secretário nacional e vice-presidente da zona Sul-Oeste da Associação dos Agricultores de Níger (RIFAN) esboçou algumas das razões pelas quais o arroz local nigeriano é caro. “Concentram-se mais em trazer arroz semi-processado usando máquinas de alta qualidade desses países para descascar e vender mais barato, enquanto os locais têm que ser parboilizado. E isso é o que está tornando o arroz local indisponível e caro", disse ele. Acusa também os industriais de manterem o arroz nos armazéns, reduzindo a oferta e forçando a alta ao consumidor.

Os poucos desafios que afetam a produção, segundo ele, incluem a falta de máquinas agrícolas e fábricas de processamento para produzir o arroz de qualidade capaz de competir com os importados. O secretário do RIFAN lamentou que o custo e a disponibilidade das sementes de qualidade, fertilizantes e agroquímicos continuam sendo um grande desafio para os agricultores, além da falta de crédito para atender aos agricultores. E isso afetará a produção global do país.

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