Análise Mensal Cepea-Esalq

O dólar acima dos R$ 4,00 durante todo o mês também foi fator determinante no mercado doméstico.

A ausência de vendedores no mercado interno ao longo de novembro impulsionou os preços do arroz em casca. No mês, as cotações do cereal fecharam acima dos R$ 47,00/sc, patamar que não era visto desde março de 2017. Diante deste cenário, para atrair o interesse do orizicultor, indústrias ofertaram valores superiores daqueles que estavam praticando no mercado.

Além disso, o dólar acima dos R$ 4,00 durante todo o mês também foi fator determinante no mercado doméstico. Isso porque produtores de regiões próximas ao porto ficaram atentos às exportações, enquanto outros, mais distantes, estiveram no aguardo de uma nova posição de preços das indústrias. Além disso, com o atraso nas lavouras, orizicultores consultados pelo Cepea destinaram suas atenções, prioritariamente, ao término do semeio.

A média de novembro do Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, foi de R$ 46,60/sc de 50 kg, 1,5% superior ao mês anterior, em termos nominais. Em comparação a novembro/18, o preço médio subiuexpressivos 11,6%. Em Mato Grosso, por sua vez, o preço da saca de 60 kg de arroz em casca permaneceu firme. Assim como no Rio Grande do Sul, produtores mato-grossenses disponibilizaram poucos lotes de arroz em casca, já que a oferta esteve concentrada.

O cereal de 50% a 57% de grãos inteiros tem sido ofertado acima de R$ 70,00/sc de 60 kg. No entanto, compradores estavam dispostos a pagar até R$ 68,00/sc. Ainda dentro do estado, para o arroz de 58% de grãos inteiros, os valores têm oscilado entre R$ 67,00 e 71,00/sc.

CAMPO

Durante o mês de novembro, os trabalhos de campo foram marcados pelas instabilidades climáticas. Em boa parte das semanas, prevaleceu o clima mais úmido e chuvoso, sendo favorável para proporcionar um bom desenvolvimento das lavouras; no entanto, nas duas últimas, o tempo ficou firme, beneficiando o andamentodo semeio.

De acordo com o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), a área semeada até o final de novembro ficou em 87,51% da intenção total. Em termos regionais, o plantio alcançou 97,9% da área na Zona Sul, 97,31% na Fronteira Oeste, 94,55% na Campanha, 86,82% na Planície Costeira Interna, 67,44% na Planície Costeira Externa e 62,6% na Depressão Central.

MERCADO EXTERNO

Em novembro, as importações totalizaram 62,29 mil toneladas, expressiva redução de 39% frente a outubro. O preço médio do arroz importado foi de R$ 1.022,60/tonelada (R$ 51,13/sc de 50 kg), FOB (Free on Board, origem), 1,85% superior ao do mês anterior, em termos nominais, de acordo com a Secex. As saídas de arroz somaram 130,56 mil t em novembro, volume 59,2% superior ao de outubro, ainda segundo a Secex.

O preço médio do produto enviado ao exterior foi de R$ 1.068,21/tonelada (R$ 53,41/sc de 50 kg), FOB, valor 4,1% inferior ao de outubro, também em termos nominais. Em relação às estimativas de oferta e demanda da FAO, apontam aumento de 1,6 milhão de toneladas na produção global de 2019/20, indo para de 515 milhões de toneladas.

O consumo também foi reajustado para cima, podendo atingir um recorde de 517 milhões de toneladas – com suprimento ajustado para cima, os estoques devem somar 185 milhões de toneladas. Quanto aos preços, o Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação de arroz) referente ao mês de novembro,registrou declínio de 1,02%, indo para 222,8 pontos.

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