Analista da Safras não concorda com números da Conab

O analista da Safras & Mercado, Aldo Lobo, não concorda com os números de safra divulgados pela Conab. Safras & Mercado trabalha com uma safra de 11,995 milhões de toneladas. Quase 900 mil toneladas abaixo da previsão da Conab, mais de 500 mil toneladas abaixo dos números do IBGE e próximo da previsão do Irga, de 12 milhões de toneladas a 12,2 milhão de toneladas.

O último levantamento de intenção de plantio, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 28 de abril, tem gerado polêmica no mercado orizícola. Segundo a Conab, a safra brasileira arroz na temporada 2003/2004 deverá ficar em 12,869 milhões de toneladas. O analista de Safras & Mercado, Aldo Lobo, não concorda com estes números. “Estes números estão acima da expectativa do mercado”, acrescenta.

Os números da Conab representam um aumento de 24,1% sobre as 10,367 milhões de toneladas colhidas na safra 2002/2003. A área a ser plantada com arroz na temporada 2003/2004 foi estimada em 3,616 milhões de hectares, um avanço de 13,5% ante a área semeada na safra 2002/2003, de 3,186 milhões de hectares. A produtividade das lavouras foi estimada em 3.559 quilos por hectare, ante 3.254 quilos por hectares na temporada passada, o que representa uma elevação de 9,4%.

Desde o início do ano, Safras & Mercado vem trabalhando com uma safra de arroz de 11,776 milhões de toneladas. “Com a colheita na reta final, fizemos uma revisão e chegamos a 11,995 milhões de toneladas”, afirma Lobo. “Acredito que os técnicos da Companhia estão exagerando nos números do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul”, frisa.  

Segundo a Conab, o Rio Grande do Sul, principal estado produtor, deverá colher uma safra de arroz de 6,235 milhões de toneladas em 2003/04, número que poderá representar alta de 32,8% na comparação com as 4,696 milhões de toneladas da safra 2002/03.

Para o Mato Grosso, segundo principal produtor, a Conab está estimando um crescimento de 45% na safra 2003/04, devendo a mesma atingir 1,869 milhão de toneladas, contra as 1,289 milhão de toneladas registradas na temporada anterior. “Não concordo que o Mato Grosso irá colher 1,8 milhão de toneladas”, ressalta.

O mercado parece ter ficado cético com os números da Conab, pois os preços têm se mantido nos últimos dias. “Os preços podem até cair um pouco daqui para frente, pois o produtor começa a preparar a terra para a próxima safra e tem que levantar recursos”, lembra Lobo. Além disso, há prestações de bancos que começam a vencer em julho, fato que também pode acarretar no aumento de vendas e queda nos preços do cereal.

O arroz gaúcho segue entre R$ 32,00 e R$ 34,00 a saca de 50 quilos. “Mais puxando para entre R$ 33,00 e 34,00 a saca”, relata o analista. A cotação pode até recuar um pouco nos próximos dias, pois a oferta tem aumentado por causa da proximidade do final da colheita. “Mas, se recuar, vai ser bem pouco”, aposta Lobo.

No Mato Grosso, o arroz Primavera gira em torno de R$ 34,00 a saca de 60 quilos em Sinop e Sorriso. Já o preço do Cirad é de R$ 30,00 a saca de 60 quilos. Há bastante oferta do CIrad e pouca do Primavera. A procura pelo cereal é pequena, porque os engenhos estão estocados.

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