Apesar dos pesares

 Apesar dos pesares

Exportações garantem, mais uma vez, preços firmes para o arroz

Pode não ser a única razão, mas a exportação, mais uma vez, tornou-se fator fundamental para que os preços do arroz se mantivessem firmes e crescentes ao longo do ano no mercado brasileiro. A combinação de excedentes exportáveis, apesar da
safra menor, câmbio e a demanda internacional, bem como a inflação dos alimentos, clima e conjuntura econômica diminuindo as safras e exigindo abertura de mercados por países importadores, gerou o cenário perfeito, mais uma vez, para a valorização do grão no Brasil e no mundo. O grão nacional, atualmente, é um dos mais caros no planeta em sua categoria (longo fino).

Neste ano civil, dados consolidados de janeiro a outubro pela Secex/MDIC e compilados pelo Sindicato das Indústrias do Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz) indicam a exportação de 1.574.188 toneladas do grão em base casca, em
queda de 5,9% sobre o ano passado, com importação de 1.266.497 toneladas, 23% a mais que no mesmo período em 2022. Dessa maneira, nesta temporada, há um saldo positivo de 307,7 mil toneladas na balança comercial.

A estimativa, levando em conta a trajetória de embarques e desembarques do grão e as disponibilidades no Mercosul, no Brasil e a line up do porto de Rio Grande, é possível dizer que o país chegará ao fim do ano civil, em 31 de dezembro, com
um superávit de aproximadamente 400 mil toneladas e uma exportação de 1,8 milhão de toneladas. Deve importar próximo de 1,4 milhão. O resultado é considerado satisfatório, observando-se as dificuldades em exportar, em especial, o arroz beneficiado neste fim de ano.

Gustavo Trevisan, diretor de assuntos internacionais da Abiarroz, entende que o grande desafio das exportações brasileiras é ampliar a participação do arroz beneficiado no volume de remessas internacionais. “Hoje, em que pese ter grande relevância para o equilíbrio dos preços, somos grandes exportadores de matéria-prima, caso do arroz em casca, e de quebrados de arroz. Agregar maior valor às cargas e, com isso, gerar empregos, renda, impostos que ficam aqui e inserir praticamente
todos os elos da cadeia produtiva no processo de exportação, é bom para todo mundo”, observou.

Senegal e Gâmbia são os grandes clientes do Brasil em termos de quebrados de arroz, em casca, México e Costa Rica, e o Peru é o grande comprador de arroz beneficiado brasileiro.

FIQUE DE OLHO
Nas últimas cinco temporadas, excluído 2023, o Brasil teve um superávit de 2.961.803 toneladas na balança comercial,
somando 8.317.793 toneladas exportadas e média de 1.663.559 t em remessas anuais. As aquisições somaram 5.355.989 toneladas, com média de 1.071.198 toneladas anuais. O saldo médio anual da balança comercial nas cinco últimas temporadas soma 592.360,6 toneladas.

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