Após subir 11,4% em setembro, preços do arroz mantêm elevação

 Após subir 11,4% em setembro, preços do arroz mantêm elevação

Pré-germinado: área de cultivo avança mais rapidamente por menor dependência do clima

Relação entre oferta x demanda, baixos estoques públicos, ausência da concorrência do Mercosul e exportações determinam o movimento de alta. Mas, os preços em dólar começam a atiçar o Paraguai.

Uma condição de baixa oferta por parte dos agricultores, mais preocupados no momento com as operações de semeadura nas curtas janelas de clima seco, a indústria – especialmente de fora do Rio Grande do Sul ou as de pequeno e médio porte – buscando produto para garantir seu fluxo, associada à comercialização de produto para exportação enquanto os países do Mercosul têm baixa competitividade para concorrer no mercado interno brasileiro, vêm gerando uma pressão altista nos preços do arroz.

Os valores nominais alcançaram um nível recorde no final de setembro e mantêm a trajetória de alta. O fato do governo brasileiro não dispor de estoques reguladores para agir frente aos preços atuais com a oferta de produto, com pouco menos de 125 mil toneladas disponíveis, também dá aos rizicultores que ainda mantêm o cereal da safra sob seu poder (armazenado na indústria ou na propriedade), condições muito favoráveis de negociação. Porém, estima-se que apenas um terço dos produtores ainda está estocado.

Essa condição agudiza a demanda, preocupa a indústria e força uma busca de produto, antes que os preços subam ainda mais. Os preços mais caros no Mercosul e a perda de vantagens da base tributária, não favorecem a importação pelas indústrias gaúchas.

No mercado livre, a referência de preços é R$ 40,00. Santa Catarina mantém cotações similares ao RS, enquanto no Mato Grosso a referência já supera R$ 50,00 por saca de 60 quilos (55% de inteiros) e o Tocantins opera acima de R$ 55,00 (55%).

Segundo o indicador Cepea-Esalq/Senar-RS, sob essa condição, os preços médios no Rio Grande do Sul subiram 11,42% em setembro, alcancando R$ 39,91 no dia 30 do mês, o equivalente a US$ 10,04 pela cotação da data. Ontem, sete de outubro, os valores referenciais no mercado gaúcho, segundo o mesmo indicador, foram de R$ 40,35, acumulando em uma semana 1,45% de valorização, com menor velocidade do que em outubro.

Em dólar, o valor alcançou, na data, US$ 10,41, cotação que já começa a tornar-se atrativa para os paraguaios, que não viam perspectiva de exportar todo o seu excedente para o Brasil neste ano.

Além de um ligeiro aquecimento das vendas para que os rizicultores quitem a parcela de custeio, a compra atrasada de alguns insumos – em alguns casos já programada visando a alta dos preços -, um movimento de recuo da cotação do dólar, que superou os R$ 4,00 há alguns dias, também reflete no mercado.

Na medida em que os preços do arroz em Real sobem no mercado interno e o dólar reduz a bolha criada pela valorização artificial gerada pela crise econômica, porém, as condições de importação começam a se tornar mais favoráveis.

O Paraguai, que ainda mantém 400 mil toneladas sem perspectiva de comercialização, já começa a vislumbrar demanda para este volume nos próximos meses pelo Brasil. Confirmado esse movimento, o Brasil dobraria as importações no ano nos meses finais da temporada.

Exclusivamente considerando o arroz paraguaio que se dirige a Minas Gerais, Goiás e Santa Cruz do Rio Pardo (SP). E isso também pode mexer no mercado, especialmente do Sudeste. SAFRA O Rio Grande do Sul já alcançou cerca de 15% da área plantada. Santa Catarina já tem mais de 20%. As áreas com arroz pré-germinado nos dois estados avançaram mais rapidamente por ter menor dependência do fator climático.

LEILÃO

Dia 22 de outubro deve acontecer o segundo leilão do Programa Arroz na Bolsa. Inicialmente devem ser 80 mil sacas – oferta que pode ser ainda maior – com preços referenciais próximos do indicador Cepea.

A novidade é que dessa vez as indústrias e tradings terão 15 dias para pagar, o que tende a gerar maior movimento no pregão. Os produtores que quiserem vender já aprenderam no primeiro leilão que precisam indicar as variedades – a indústria segue com restrições a algumas cultivares -, pedir preços condizentes com o mercado, e as indústrias e tradings demandam mais tempo para pagar.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica valorização no arroz em casca e no beneficiado ao longo da última semana. Os preços evoluiram para o referencial de R$ 39,80, no mercado livre, para a saca de 50kg, em casca (58×10) a vista. Já o beneficiado, branco, tipo 1, em 60 quilos, alcança R$ 87,00 FOB, sem ICMS.

Os derivados se mantêm estáveis em R$ 39,00 para a quirera, R$ 43,00 para o canjicão (ambos em sacas de 60kg), e R$ 350,00 a tonelada do farelo de arroz colocado em Arroio do Meio/RS.

13 Comentários

  • Boa Materia para que os sonhadores de plantao nao fiquem imaginando 50,00 a saca de arroz, se o dolar voltar a 3,75, menos 0,10 cents do que esta hoje, comparando o preço que esta o arroz no RGS, ja vai começar a entrar arroz paraguaio no mercado, e tem muito arroz sobrando por la, arroz de boa qualidade, pois muitos produtores de la são gauchos que compraram terras por la. Nas prateleiras do varejo ainda vemos pacote de 9,00, a linha premium que começou a chegar nos 13,50 ja esta ficando fraco a venda, açucar disparando com mais força que o arroz, como o povo cada vez mais sem dinheiro vai aguentar todas essas altas?? e denovo eu falo, nao sou contra o produtor, pelo contrario, mas temos que dosar tudo, e acabo escrevendo aqui mais por alguns que só conseguem olhar para um lado em uma direção.!!!

  • Entrando arroz paraguaio com contaminação de produtos não permitidos, contaminados com cocaína…… a indústria adora!!!! Principalmente essa de São José do Rio Preto. Mas gostam tanto do arroz paraguaio mas não colocam no pacote a origem do produto!!!!!!! OLHO NELES!!!!!!!

  • Seu João industria, o tempo é o sr. da verdade, pelo seu comentário vesse que sua pessoa está desconfortável com o progresso da valorização do arroz casca, e quero lembra-lo que os tempos são outros, as galinhas mortas já foram devoradas.
    A indústria tem que se adaptar a falta de matéria prima, como também o atacado e varejo, reajuste-se pois todas as tabelas, o consumidor já está acostumado a assimilar todas as altas, portanto em vez de se queixar de ter que pagar um pouco mais ao tão sofrido produtor, reserve suas energias para negociar com o atacado e varejo que está mal acostumado a negociar, impondo preço no beneficiado.
    O produtor só pede o preço justo pelo trabalho, investimento e risco assumido, somente isto.

  • Arroz do Paraguaj 400 mil toneladas da para um consumo de 10 dias no Brasil e ainda querem enganar o produtor que vai baixar preco vamos deixar de ser ingenuos o preco vai subir e muito

  • Seu Ricardo mais uma vez o Sr. esta equivocado, nunca comprei arroz do paraguai, compro somente do RGS, nem do mato grosso eu compro arroz, só estou balanceando informaçoes, caso contrario o seu Kleiton, o seu Diego e um outro que começou a postar faz pouco tempo do qual nao me recordo o nome, o tal que tem espião 007 na grande industria botam terrorismo no site, eu pessoalmente quero q o arroz suba mais, tenho estoque até fevereiro, mas tento colocar no site outro ponto de vista. Nos que vivemos de produtos que oscilam de preço nunca podemos olhar numa mesma direção e nao ter coragem de analisar outro ponto de vista, nesse caso, quando fazemos isso, nós mesmo somos os maiores prejudicados.!!

  • Esse João só falou besteira, o arroz vai ficar perto dos 47,00 dito pela maior indústria do pais.

  • E tudo que eu disse e o 007 tbem, se confirmou! É bom estar bem informado, firmas são compostas por pessoas que tem parentes, vivem em sociedade, se comunicam….não existe terrorismo só informações! Que bom que James Bond sempre vence os agentes do mal!!!! Que idiotice esse cara falou!!!

  • Não de bola João Industria….o 007 não entendeu a piada, uma vez que para entender tem que ir até Amaral Ferrador e com a chuva dos últimos dias não se chega até aquela localidade no meio do barro!!!!!

  • sr Antônio se você é da indústria, e ganha nas costas dos produtores e pode morar em uma cidade maior, porem não melhor, não menospreza as outras cidades

  • Sr. João , já vendemos arroz a u$20,00 num el niño bem menor que esse, ano passado exportamos a mais de u$15,00 , para de sonhar a era da exploração está com os dias contados , hoje temos soja e vamos diminuir a área estamos reinventando nosso negócio, R$50,00 é logo ali deixa a Nigéria anunciar que vai comprar arroz nosso daqui uns dias mas queremos mais, precisamos entre 55-60 que vai ser nosso custo ou vamos ter que exportar, quem sabe o sr não reinventa seu negócio ? Agrega valor , sei lá faça alguma coisa mas querer comprar arroz barato não vai ser a solução.
    SOJA NA VÁRZEA NELSS !!!
    Exportação NELSS !!!

  • No passado ganhavamos dinheiro com arroz, costumavamos ter uma margem razoável, produziamos muito menos por ha e ganhavamos dinheiro, era um bom negócio plantar arroz. Isso acabou no final dos anos 90, para ser mais no final do anos 90. Veio a formação do cartel que baixou por decreto o arroz de R$21,00 para uma tabela de R$13,00, naquele ano a industria chegou a pagar até R$10,00 para o produtor. A industria continuou firme vendendo o fardo, industrias de ponta naquela época em torno de R$42,00. Nunca ganharam tanto dinheiro. Ocorre que o varejo, que não é bobo se deu conta que a indústria estava ganhando demais e começou um jogo de braço para baixar o preço e passarem a ganhar também com o arroz.Usou as pequenas industrias, descapitalizadas e forçou uma baixa de preço, Muitos dos pequenos engenhos quebraram, o produtor pagou o pato. Hoje poucos são os que conseguem o custo.Podemos afirmar que os preço praticados nos bons tempos nos davam uma margem perto de 30%, algo justo para quem arrisca quase tudo todos os anos, o que arrisca a indústria? A indústria só colhe e ganha dinheiro, pode até para algumas ser pouco, mas ganha sempre.As de ponta, as do cartel ganham e muito, quase um desaforo o que ganham. A industria que tabelou e jogou o preço para baixo é responsável pelo baixo preço de venda do arroz. O arroz é o produto alimento mais barato que existe, se o arroz fosse vendido a R$4,00 no varejo o kg ainda seria mais barato que uma bala, a porção de arroz por pessoa é 50g, dá para 20 refeições ou 20 pessoas, daria 20 centavos por prato, não sei se encontro ainda uma bala por esses 20 centavos. Eu estou falando em arroz a R$4,00 que era o que valia ou mais quando o cartel jogou o preço para baixo com a reação do mercado. Com arroz a R$4,00 o fardo poderia ser vendido a R$84,00 para que a margem bruta do varejo fosse a 30%. Hoje industrias de ponta ainda não chegaram a esse patamar, essas que riem de ganhar dinheiro a nossas custas, nessa margem o arroz poderia ser pago entre R$55,00 a R$60,00 a saca ao produtor, voltaríamos a ganhar alguma coisa. Nosso governo é comunista, quer quebrar como todos os governos comunistas, acabar com os agricultores, quer nivelar tudo por baixo para implantar a democracia do proletariado, quanto pior melhor. Caso fosse um governo interessado numa melhor distribuição de renda, implantaria uma política de preços mínimos garantidos, um preço mínimo que garantisse remuneração e segurança ao produtor. Isso além de melhorar a distribuição de renda propiciaria um tremendo aumento de arrecadação. Hoje estamos deixando de ganhar, o que ganhavamos antes, perto de R$20,00 por saca, ou mais. Imagine R$20,00 por saca por 170 milhões de sacas que o RS produz, o produtor deixa de ganhar 3,4 bilhões de reais, o fator multiplicativo desse dinheiro na metade sul e porque não dizer RS seria o equivalente a circulação de mais de 17 bilhões de reais, na metade sul um incremento na renda per capita da metade sul de 2,5 milhões igual a R$6 800,00. O coitado do Governador Sartori não estaria no pepino que está caso a arrecadação da parte que toca ao estado tivesse existido.O mesmo ocorre com o trigo, outra arrecadação suplementar. Infelizmente nossos governos socialistas, bolivariano é outro nome de comunismo, talvez estejam mais interessados em implantar a ditadura do proletariado do que resolver seus problemas de economia. Enquanto isso tem dono de engenho que de tanto ganhar dinheiro e comprar terras precisa encontrar outras maneiras de aplicar o dinheiro ganho, precisa de repente pensar em outras maneiras de aplicar o dinheiro, concentrando cada vez mais a renda em poucos.

  • joao industria!porque nao usa o teu nome o o nome da industria que voce e dono ou trabalha?

  • Esses caras da indústria ficam com esse papo que pra eles é bom que o arroz suba que vão terais lucro também, então porque ao invés de ficar nos criticando, não ficam do nosso lado e defendam o reajuste do preço do arroz. São uma turma de falsos e arrogantes, e não perdem oportunidade de pisar em quem trabalha de verdade e é homem pra se identificar.

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