Área colhida fecha a semana em 93,2% no Estado

 Área colhida fecha a semana em 93,2% no Estado

Em Camaquã, muitos produtores já encerraram a colheita do arroz

A produtividade média do Estado é de 7.684 quilos por hectare.

O clima continua a beneficiar os produtores de arroz do Estado, que fecharam a semana com 93,2% da área de lavoura colhida, o equivalente a 1.049.179 hectares de um total de 1.125.410 hectares plantados na safra 2014/2015. A produtividade média do Estado é de 7.684 quilos por hectare. Até agora, apenas Capivari do Sul informou a conclusão da colheita em suas lavouras. O município da Planície Costeira Externa (PCE) colheu 116.614 toneladas em 16.750 hectares e obteve produtividade média de 6.962 quilos por hectare.

Na Planície Costeira Externa os trabalhos entraram na reta final, com 97,8% da lavoura colhida e um total de 138.946 hectares de 142.106 hectares plantados. A produção nesta região é de 922.811 toneladas e a produtividade é de 6.642 quilos por hectare.

A Zona Sul continua liderando na produtividade média, com 8.210 quilos por hectare. Nesta região, estão colhidos 170.767 hectares ou 93,2% da área plantada. A produção total é de 1.402.040 toneladas. A Fronteira Oeste registra 95,6% colhido, seguida da Planície Costeira Interna (PCI), com 94,4%. Campanha e Depressão Central têm 88,7% e 87,6% colhido, respectivamente.

Produtores falam sobre as práticas de manejo adotadas

O produtor José Arthur Richter cultiva soja e arroz, há 12 anos, em área própria na localidade de Camélia, em Tapes, região de abrangência do 10º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga. No primeiro ano de soja, ele obteve colheita de 35 sacos por hectare e 48 sc/ha no segundo ano com a inserção da soja na dobradinha com o arroz. Anteriormente, arrendava terras, mas resolveu pegar o montante que pagava no arrendamento e investir em adubação nas suas áreas o que gerou aumento de produtividade.

A intenção é plantar trigo na entressafra para manter o solo sempre coberto até a safra de verão. Sua produtividade melhorou com o plantio na época recomendada e antecipação do plantio e, desta forma, aumentou a produtividade pela adubação equilibrada, de acordo com as recomendações da análise de solo e aplicação de calcário como forma de manejo para aumento da fertilidade.

Na região da Planície Costeira Interna (PCI), no município de Camaquã, atendido pelo 3º NATE, muitos produtores já encerraram sua colheita. O produtor Alexandre da Silva Buchor, com lavouras na Estrada da Divisa, Camaquã, planta em parceria com dois irmãos em área arrendada de 420 hectares. Esta é a quarta safra nesta área e desde o primeiro ano foi feito planejamento de rotação de culturas, com soja e arroz, manejo que ele considera indispensável para o controle de plantas daninhas, pragas e doenças.

Apesar do ano ter sido bastante chuvoso, o produtor conseguiu plantar todas as lavouras dentro da época recomendada. Segundo Buchor, isso se deve principalmente ao manejo. Tão logo termina a colheita, o agricultor faz a incorporação dos restos culturais da lavoura de arroz, deixando-a com o preparo primário para receber a cultura da soja no próximo ano, enquanto isso nas lavouras que se plantou soja.

Ele opta pelo plantio direto de arroz, fazendo as taipas logo após a colheita. Este ano devido ao clima, o produtor teve que investir mais em herbicidas e fungicidas, aumentando de uma para duas as aplicações. Teve que fazer também associações de herbicidas, principalmente para o controle do “capim arroz”.

Outra prática que o produtor relata ter surtido um bom resultado é o fracionamento da adubação nitrogenada de cobertura em três vezes, sendo 60% da ureia aplicada antes da entrada da água 20% no estágio V6 e o restante em R0. Ele planta as variedades de arroz Guri Inta Cl e Inov Cl, e nesta safra obteve produtividade de 9,2 mil Kg/há. Na soja, obteve três mil quilos por hectare e entre as cultivares usadas está a TECIRGA 6070RR.

O produtor Celso Bartz e seu pai Hugo Bartz plantaram 1,3 mil hectares de arroz na safra 2014/15, e obtiveram produtividade média de 7,3 mil kg/ha. Entre as alternativas utilizadas pelo produtor para obter melhor distribuição de nutrientes e com níveis diferenciados foi a utilização de fertilizantes na forma de matéria-prima, fosfato monoamônico (MAP), cloreto de potássio (K20) e Ureia, além da adoção da agricultura de precisão, a fim de determinar as quantias exatas de nutrientes para a cultura.

O aumento do uso de fungicidas também foi necessário em virtude do aparecimento de focos de Brusone na região, principalmente devido ao clima favorável para o desenvolvimento do fungo. Como adubação de base, o agricultor utilizou na média 135 kg/ha de MAP e 200 kg de Cloreto de potássio, e em cobertura foram 250 kg/ha de Uréia, fracionados em duas aplicações.

O produtor emprega um sistema de rotação de culturas integrando as culturas de arroz e soja com a pecuária de corte. Possui assim, quatro cortes para a cultura do arroz. Dentre as cultivares de arroz plantadas, destacam-se a Irga 428, Irga 424, Guri Inta Cl e Inov Cl.

O produtor Ênio Krun plantou em torno de 450 ha de arroz na safra 2014/2015 e mais 400 ha de soja em rotação com arroz, possuindo assim dois cortes de lavoura, manejo utilizado há bastante tempo. Não trabalha com pecuária, então prepara quase toda sua lavoura no verão, em cima de resteva de soja. A propriedade, que é arrendada, está localizada na Estrada da Divisa, município de Cristal, na beira da BR-116.

Como tecnologia, não utilizou nada que já não esteja sendo feito, apenas teve que usar uma aplicação a mais de fungicida e um cuidado maior no controle de invasoras. Sua produtividade foi um pouco abaixo do que a da safra passada, que ficou em 7,6 mil kg/ha e fechou este ano com 7,1 mil kg/ha. Os valores foram obtidos com as variedades Puitá Inta CL e IRGA 424. Pretende manter na entressafra, uma cobertura vegetal, tanto na resteva de arroz, quanto na de soja, para evitar perdas de nutrientes e erosão ao longo do inverno. Conta com este manejo para elevar sua produtividade de arroz e soja. Também pretende passar do adubo formulado, que ele faz a lanço para agilizar o plantio, para matéria-prima individual, como MAP, Cloreto e Ureia.

3 Comentários

  • Bom…Pelo andar da Carroça teremos 8.500 .000 ton de arroz este ano…Boa Produção, para quem apostava em 7.500 arrastado….Disciplina se Espera do Produtor para escalonar a Oferta e não derrubar os Preços…….Bom ano Comercial a Todos…

  • A diferenca basica esse ano eh que os estoques privados estavam zerados e os estoques publico quase. A industria teve que descascar mais arroz novo nessa colheita. Via de consequencia tem muito arroz a deposito, mas pouco comprado. Argentina mandando seu arroz pro oriente medio. Paraguai para la e Africa. Dolar na casa dos 3 pila. Nao vejo como os preços nao subirem no curto prazo. Concordo com o Sr., nada de se assustar. Vender o necessario. Plantar menos e nao cair na armadilha de pegar dinheiro com juros caros ! Abraço a todos.

  • Aproveitando o relato dos produtores como o do sr. Celso Bartz e do sr. Enio Krun nesta safra, que produziram respectivamente 7,3 mil kg/ha e 7,1 mil kg/ha sendo que o primeiro relata que utiliza além de rotação com soja, agricultura de precisão e sr Enio Krun faz também rotação com soja e colheu menos que a safra passado e pelo que se sabe aqui em Camaquã estes jovens produtores fazem todos os investimentos necessários para retirarem o máximo de rendimento de suas lavouras que são localizadas em áreas de boa fertilidade natural e bem expressivas em tamanho, a pergunta que não quer calar sra. Luciara Schneid/ IRGA, se estes produtores altamente tecnificados NÃO atingiram a média estadual, que segundo a matéria é 7.684 kg/ha, onde são localizadas as outras lavouras que produzem bem acima deste volume, para compor esta média ? Áreas expressivas em tamanho para ter valor estatístico.
    (Não devemos nos referir ao plantio das variedades híbridas, pois a maioria das indústrias estão rejeitando).

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