Área plantada deve cair no Brasil

Estimativa do Mapa aponta redução entre 3% e 5%. Produtores pedem mais recursos para custeio. Fórum Nacional dos Secretários avaliou safra 2005/06.

A área plantada no Brasil na safra 2005/2006 deverá cair entre 3% e 5%. Segundo o ministro interino da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, que participou ontem do Fórum Nacional dos Secretários da Agricultura, na Expointer, os dados ainda são ‘subjetivos’ e serão apurados no primeiro levantamento de intenção de plantio a ser realizado pela Conab em outubro.

A descapitalização dos produtores rurais estaria entre os principais motivos da redução. ‘Nosso desafio é construir uma nova política de financiamento para a agricultura. A criação de novos títulos poderiam alavancar a médio prazo R$ 20 milhões para o setor’, assegurou o representante do Ministério da Agricultura (Mapa).

Guedes ouviu no encontro manifestações de preocupação quanto ao volume de recursos oficiais para o financiamento da próxima safra. O presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO) criticou ainda o limite de R$ 50 mil de crédito por produtor com taxa fixa de 8,75% ao ano. E cobrou renegociação ampla de todas as dívidas agropecuárias no valor total de R$ 12,5 bilhões.

Segundo ele, a inadimplência do Pesa e da securitização neste ano chegará a 70% no país. ‘Haverá 1,2 milhão de produtores excluídos da atividade se não forem tomadas providências urgentes’, sentenciou Caiado.

O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Derci Alcântara, informou que os recursos do crédito rural totalizam R$ 21,3 bilhões, valor 1% inferior ao disponibilizado na safra passada. Os recursos para custeio, no entanto, deverão passar de R$ 8,9 bilhões para R$ 6,4 bilhões, devido, principalmente, à prorrogação do pagamento das dívidas rurais.

– Teremos redução de área e te tecnologia, especialmente no Centro-Oeste, onde os produtores vinham apresentando expansão respaldados no endividamento – afirmou Alcântara, destacando que o limite não é problema, uma vez que 95% dos agricultores financiam até o teto de R$ 50 mil.

Segundo ele, a alternativas sugerida por Caiado de elevação do crédito através do aumento dos depósitos compulsórios dos bancos de 25% para 30%, dependeria da política macroeconômica do país. A utilização da verba do Moderfrota estaria inviabilizada pela eqüalização do programa, feito pelas indústrias de máquinas.

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