Argentina começa a retaliar produtos brasileiros

Depois de 77 dias, produtores de Itaqui abandonam o bloqueio por determinação judicial. Farsul considera positivo o resultado do primeiro leilão público, mas quer rastrear os produtores gaúchos que quebraram o pacto para evitar competição pelos lotes e ampliaram o ágio dos contratos.

Após 77 dias de bloqueio de produtores de arroz no porto de Itaqui, quando foi impedida a entrada de caminhões carregados do grão provenientes da Argentina, os produtores brasileiros estão se retirando do estacionamento da Receita Federal na fronteira com o país vizinho. Eles foram notificados que, se continuarem o bloqueio, estarão sujeitos ao pagamento de multa de R$ 8 mil reais/dia, mas a notificação é restrita ao porto de Itaqui, o que não impede que a mobilização continue em outros pontos estratégicos de acesso ao Brasil.

E a Argentina, como forma de retaliação a essa ação, bloqueou a ponte que une Passos de Los Libres à Uruguaiana (RS) para a passagem de produtos brasileiros.

Segundo o diretor da Farsul, Amilton Soares, ” os produtores devem manter as mobilizações, já que ainda não houve solução para os problemas dos orizicultores, prometida pelo governo federal”.

Amilton Soares comentou que, a respeito dos leilões efetuados nessa quarta-feira, apesar de os produtores terem se organizado por região e de haver cotas para cada uma delas, alguns orizicultores do Estado não respeitaram esse limite e negociaram diretamente com bolsas de fora do Rio Grande do Sul.

– Estamos rastreando quem fez esses negócios para conscientizar da necessidade de se manterem dentro dos grupos organizados, afim de evitar o ágio – afirma Soares.

No leilão de opções governamentais foi negociada 100% da oferta. Foi ofertado R$ 24,00/saca, em 2.778 lotes de 27 toneladas. Descontando as taxas e o ágio deR$ 0,91 centavos, o produtor irá receber líquido R$ 22,84/saca.

Para os contratos de risco Privado, foram ofertados 2.778 lotes, e comercializados 2.420, a R$ 24,00 pagos ao produtor, com prêmio máximo de até R$ 3,00 oferecido pelo Governo Federal, sendo que para a indústria fica o restante R$ 21,00. A opção será exercida em 15 de setembro.

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