Argentina poderá reduzir até 15% da área de arroz por causa dos preços

 Argentina poderá reduzir até 15% da área de arroz por causa dos preços

Jetter: Dificuldades muito além do clima

(Por Planeta Arroz, com RádioDos) O setor arrozeiro argentino enfrenta dificuldades por uma queda de 50% nos preços internacionais, afetando sua lucratividade e limitando sua expansão para novos mercados. Apesar de uma ligeira melhora macroeconômica, o excesso de estoques no Mercosul e no mundo e a concorrência global pressionam o valor do produto, enquanto o consumo interno cresce moderadamente. A perspectiva é de um retorno à normalidade dos preços no médio prazo, com uma redução estimada de 10% a 15% na área plantada para a próxima safra, o que equivaleria a uma semeadura total entre 190 mil e 200 mil hectares.

O setor de arroz está passando por um momento difícil devido à forte queda dos preços internacionais, que impacta diretamente o valor do produto no mercado interno. Em entrevista ao momarandu.com, Christian Jetter, vice-presidente da Associação Correntina de Plantadores de Arroz, principal entidade arrozeira do país, disse que o preço caiu “para quase 50% do valor do produto no ano passado”, criando problemas de lucratividade, especialmente para os pequenos produtores.

Jetter explicou que, apesar da melhora de alguns indicadores macroeconômicos, o ambiente internacional tem limitado as possibilidades de busca por novos mercados. “A dura realidade se deve à queda dos preços internacionais”, observou, enfatizando que essa situação se repete em outros países produtores e afeta as exportações argentinas.

Atualmente, o país continua exportando para seus mercados consolidados, embora a preços mais baixos. A forte produção do ano passado, com maiores rendimentos e maiores áreas plantadas, gerou estoques maiores do que nos anos anteriores, aumentando a pressão sobre os preços.

O dirigente da Associação afirmou que, em geral, os produtores de arroz não costumam abandonar a atividade em anos adversos, mas reconheceu que os menores produtores “não têm força para suportar esses anos ruins”. A organização estima que a área plantada diminuirá entre 10% e 15% na próxima temporada.

CONSUMO INTERNO, PREÇOS E PERSPECTIVAS

No mercado interno, o preço do arroz está atualmente bem abaixo da média histórica. “Hoje, custa quase meio quilo de pão”, enfatizou Jetter. Essa situação impulsionou um aumento no consumo, que passou de 8 a 9 quilos por habitante por ano para aproximadamente 10 quilos. No entanto, o líder alertou que esse crescimento tem limites devido aos hábitos alimentares do país, onde predominam massas e produtos à base de trigo.

Questionado sobre as causas do declínio internacional, Jetter indicou que se trata de um ciclo comum no mercado agrícola. Ele explicou que, após aumentos significativos de preços, muitos produtores aumentam sua área cultivada, o que cria um excesso de oferta que causa quedas de preços por um ou dois anos, até que o mercado se equilibre novamente.

Olhando para o futuro, o líder expressou otimismo. Ele observou que, com uma macroeconomia estável, uma taxa de câmbio normalizada e sem retenções cambiais, “os preços se normalizarão” e o setor conseguirá superar a situação atual. “Precisamos superar este momento específico”, concluiu.

1 Comentário

  • E no Brasil? e no Paraguay? e no Uruguay? Porque ninguém fala nada? Porque esse silêncio? Custeios no Banco do Brasil reduziram 30%… Seria esse o nosso número local? Ou o Irga, a Conab e Emater ainda não fecharam seus números!!! Óbvio que irão fazer durante a Expointer com dados que me parecem sempre serem supradimensionados…

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