Aromáticos seguem puxando os preços mundiais para cima

 Aromáticos seguem puxando os preços mundiais para cima

Demanda maior do aromático eleva cotações internacionais

As variedades índica também registraram recuperação, mas valores ainda estão abaixo dos patamares de 2016

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A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou na manhã desta quinta-feira, 4 de abril, o seu indicador de preços mundiais do arroz (2002-2004=100) e apontou uma elevação de 3,6 pontos – equivalente a valorização média de 1,8% em abril de 2017. Com isso, o indicador alcança o seu máximo em nove meses, para 198 pontos.

Pelo quinto mês seguido, foram as cotações das variedades aromáticas, principalmente o Basmati, que puxaram a alta. Só esta categoria valorizou 7,7%. A novidade foi a recuperação gradual dos preços do arroz índica de qualidade superior: em torno de 1,5% e de variedade inferior (0,7%). Enquanto isso, as cotações das variedades japonesas (grão curto) permaneceram estáveis apesar da expectativa de leve oferta por conta das safras da Ásia e dos EUA.

“Os preços de exportação apresentaram a tendência de fortalecimento na maioria das origens asiáticas em abril, em meio à intensificação da demanda, muitas vezes de compradores do Médio Oriente se preparando para o Ramadã”, explica a economista senior da FAO em Roma, Shirley Mustafá.

Segundo ela, o Vietnã foi uma exceção a esta tendência, com o leve retração já que negócios antecipados de G2G (governo-a-governo) com as Filipinas e a China não se materializou, enquanto a colheita de inverno-primavera entrou em sua fase final.

Na Tailândia, o arroz branco de referência de 100%B subiu 3%, para US$ 394 por tonelada, impulsionado pela antecipação e eventual confirmação de grandes vendas para a República Islâmica do Irã. “Uma rupia mais forte e uma oferta apertada à frente da colheita de Rabi prestaram maior apoio às cotações na Índia, enquanto a diminuição das disponibilidades e das vendas aos mercados regulares africanos fez com que a índica oferecesse no Paquistão a retomada da sua trajetória ascendente”, avalia a analista internacional.

Nas Américas, as perspectivas de cortes acentuados para as plantações em 2017, combinadas com níveis de estoques inferiores aos esperados, sustentaram os preços das variedade índica nos Estados Unidos, embora os ganhos tenham sido limitados pela decepção em relação à falta de prêmios norte-americanos. “Os preços também recuperaram terreno no Uruguai, após as vendas ao Iraque e compradores latino-americanos, enquanto as novas chegadas e a demanda lenta aumentaram as perdas das cotações argentinas e brasileiras”, registra.

De acordo com o indicador da FAO, os preços internacionais do arroz nos primeiros quatro meses de 2017 foram 0,8% menores que os níveis do ano anterior, com a fraqueza registrada nos segmentos Japonica e Indica de Alta Qualidade.

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