Arroz busca seu futuro

Valor agregado já gera empregos e produtos qualificados

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Está encerrada a conversa de que o arroz é apenas um grão obrigatório, cozido e branco, na mesa do brasileiro até ontem, a casca ia para o lixo e o farelo e a quirera eram utilizados como simples complementos para a ração animal. A criatividade de alguns empreendedores e a insistência dos pesquisadores em buscar soluções para aproveitamento destes subprodutos e a agregação de valor a economia orizícola mudaram radicalmente esta situação.

Hoje, todos os subprodutos do arroz estão sendo aproveitados e as novas tecnologias de aproveitamento não param de surgir. Um exemplo disso é o projeto tocado pela Secretaria de Indústria e Comércio de Cachoeira do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. Além das fábricas de rações que funcionam junto aos engenhos, um polo de empresas que fazem uso alternativo do produto está sendo instalado na cidade para utilizar a casca de arroz, o pó e até as cinzas de cascas.

Assim, com esta criatividade, a lavoura arrozeira começa a desencade­ar atividades que fomentam o desenvolvimento regional com aproveitamento de seus subprodutos para funções que vão desde a geração de energia até a criação do porco arrozeiro, que não se alimenta com milho, passando pela produção de chapas de aglomerados para móveis, premix para rações e até produtos para indústria siderúrgica e a construção civil. O arroz e subprodutos pedem passagem.

 

DILUMIX

A indústria Dilumix está atuando há quase dois anos em Cachoeira do Sul, atraída por incentivos fiscais. Produz o Aderex, um componente orgânico que potencializa o efeito das vitaminas, minerais e medicamentos em todo tipo de ração animal. A Dilumix fornece Aderex para empresas lideres no segmento de suprimento alimentar. Além dos benefícios, a Dilumix optou por Cachoeira pela abundância de matéria-prima para o aderente, feito a partir de casca de arroz.

 

SANTALÚCIA

A Santalúcia Alimentos, tradicional indústria com base em Camaquã, no Rio Grande do Sul, começou a investir em alternativas de mercado para o arroz há três anos por causa da queda das margens dos commodities. A diretora da empresa, Rosane Dalben, explica que uma pesquisa de mercado foi importante para diagnosticar como chegar ao consumidor. Hoje a indústria trabalha com 15 tipos de grãos de arroz. É a linha mais completa e diversificada de arroz do país. A Santalúcia Alimentos é pioneira na criação de uma confraria própria junto a uma butique onde expõe sua linha de produtos. Lá, os consumidores e formadores de opinião aprendem os segredos das receitas à base de arroz.

 

BRACINZA

Atraída pelos incentivos fiscais e econômicos, a Cerealista Bracinza Ltda, de São Paulo, se instalou em Cachoeira do Sul para a produção de isolante térmico feito a partir da queima da casca do arroz. Atraída também pelos incentivos, a empresa está fechando os primeiros contratos para a compra da matéria-prima na região. A Bracinza produz um isolante térmico a partir da queima da casca do arroz. O produto se destina à indústria siderúrgica que trabalha na transformação do aço e ferro em escala industrial. Em Cachoeira serão produzidas 1.500 toneladas do produto por mês.

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