Arroz cai mais no Sul e no Mato Grosso

Em algumas praças gaúchas o arroz já é cotado a R$ 17,00. O beneficiado também perdeu preços esta semana pelo alto volume de ofertas, pois o mercado se encontra mais pressionado pelo Mercosul. No Rio Grande do Sul só o canjicão (quebrado) para exportação mantém preços estáveis.

Os preços do arroz em casca e beneficiado registraram nova queda esta semana nos principais estados produtores brasileiros. No Rio Grande do Sul um saco de 50 quilos com arroz com 58% de grãos inteiros é cotado em média a R$ 17,50 nas principais praças da Fronteira-Oeste, Campanha, Zona Sul e Depressão Central, com forte pressão de baixa para R$ 17,00.

Quase a totalidade das indústrias adotou a estratégia de sair do mercado desde a semana passada. Em São Borja, as variedades de elite (BR Irga 409 e Irga 417) com mais de 58% de inteiros é negociada por R$ 19,50 e com viés de baixa ainda para esta semana, o que deve refletir em toda a região.

Em Itaqui as variedades nobres são cotadas a R$ 19,00 apenas para sinalização de preços, pois as empresas compradoras estão fora de mercado. No Litoral Norte gaúcho o arroz com 64% de inteiros alcança preços de R$ 19,50 a R$ 20,50. Um corretor da região, no entanto, anunciou que poderá ofertar até R$ 21,00 por produto desta qualidade para uma indústria da fronteira. Isso está gerando expectativa no mercado do casca.

Santa Catarina mantém, durante esta semana, cotação média de R$ 18,00 no Sul (Araranguá) e de R$ 18,50 na região de Itajaí.

CENTRO-OESTE

No Mato Grosso os preços voltaram a sinalizar pequena redução. O arroz da variedade Primavera, com 50% de grãos inteiros – acima – é colocado na indústria de Cuiabá ao preço de R$ 20,00 – R$ 0,50 a menos do que na semana anterior. Mesmo assim há rara oferta de produto. Os cerealistas, apesar de procurarem este arroz superior do Mato Grosso, não estão sinalizando com melhores preços para obterem o produto, pois alegam que não conseguem repassar os preços para os supermercadistas.

O arroz Cirad acima de 50% de inteiros chega à indústria por preço médio entre R$ 13,00 e R$ 14,00. A diferença para duas semanas atrás, quando eram pagos até R$ 15,00 para produto de maior qualidade, chega a ser de R$ 2,00 por saco. A boa notícia da semana foi o credenciamento de novos armazéns no Norte do Mato Grosso – Guarantã do Norte e arredores – e uma compra mais efetiva de arroz Primavera pela Conab ao preço mínimo de R$ 20,70.

A expectativa de produtores do Nortão é de que essa compra em maior volume gere um ligeiro aquecimento no mercado. O problema é que o Mato Grosso já tem pouco arroz Primavera de qualidade na mão dos produtores e existe muito arroz Cirad 141, cujo preço mínimo – por estar classificado como longo – não cobre nem um terço dos custos de produção.

BENEFICIADO

A semana manteve-se fraca de negócios também para o arroz beneficiado em todo o Brasil. O fardo de 30 quilos do arroz gaúcho, tipo 1, chega a São Paulo entre R$ 28,00 e R$ 33,00 dependendo da marca. O preço médio mais usual fica entre R$ 29,00 e R$ 30,00. O produto do Mato Grosso é cotado entre R$ 27,00 e R$ 31,50 – Primavera – e entre R$ 23,50 e R$ 26,00 – Cirad, posto na capital paulista.

O saco de 60 quilos do tipo 1 gaúcho chega a São Paulo entre R$ 47,00 e R$ 48,00. Dentro do Rio Grande do Sul (preço FOB) o saco de 60 quilos é comercializado entre R$ 35,00 e R$ 37,00. O beneficiado Primavera do Mato Grosso chega a São Paulo por R$ 45,00 a R$ 46,00 e o Cirad por R$ 35,00 a R$ 36,00.

IMPORTAÇÕES

Segundo agentes de mercado, aumentou o volume de arroz beneficiado do Mercosul ofertado no Brasil Central. O arroz argentino é mais competitivo e o fardo de 30 quilos chega a São Paulo em média por R$ 29,70. Há, contudo, oferta significativa de fardos de arroz argentino na faixa de R$ 27,00 a R$ 28,00.

O arroz uruguaio está chegando ao mercado do Brasil Central um pouco mais caro que o argentino, mas ainda assim com preços bastante competitivos diante do produto nacional. O fardo de 30 quilos chega em média a R$ 30,00 no atacado brasileiro, mas existem ofertas em menor valor, na faixa de R$ 28,00 a R$ 29,00.

DERIVADOS

As exportações de arroz do Brasil, principalmente para o Senegal, continuam sendo fator de estabilidade nas cotações dos derivados. Na primeira semana de agosto foi confirmado o envio de mais 17,5 mil toneladas de arroz quebrado (24,5 mil toneladas/base casca) para a África a partir de Rio Grande.

Novos embarques estão confirmados para setembro e outubro. Sendo assim, o canjicão gaúcho está sendo cotado em média por R$ 23,50, mas há negócios diretos para exportação que chegam a R$ 25,00 o saco de 60 quilos. O quebrado tem o mercado bastante aquecido, com contratos sendo fechados para entrega em outubro. A quirera, que também é usada na mistura com o canjicão para exportação, perdeu fôlego nos últimos 15 dias e é cotada a R$ 20,00 o saco.

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