Arroz como solução à degradação
O engenheiro agrônomo da Agro Norte, Mairson Santana, afirma que o plantio do arroz em duas safras recupera o solo degradado por aproximadamente oito anos e amortiza os custos.
Pecuaristas da região norte de Mato Grosso conheceram as vantagens das lavouras de arroz como opção para renovação de pastagens degradadas. Um Dia de Campo promovido pela Agro Norte Pesquisa e Sementes na Fazenda Recreio, município de Itaúba (600 quilômetros do norte de Cuiabá), mostrou que é possível recuperar o pasto para pecuária e ainda lucrar com a venda do cereal.
O engenheiro agrônomo da Agro Norte, Mairson Santana, afirma que o plantio do arroz em duas safras recupera o solo degradado por aproximadamente oito anos e amortiza os custos. “É um processo bem simples. Precisa tirar o pasto e plantar arroz em seguida. Com a correção que o solo recebe para produzir arroz, o pasto vai voltar melhor, porque a terra vai estar compactada e com calcário incorporado para baixar acidez e alumínio”, argumenta.
Santana explica que o arroz é a cultura mais adequada para fazer a renovação de pastagem. Segundo o agrônomo, a planta tolera acidez e alumínio no sol o e não precisa de custeio elevado para oferecer alta produtividade. “Onde plantamos o arroz Cambará para recuperar pastos degradados estamos colhendo uma média de 65 sacas por hectare”, completa.
Para o proprietário da Fazenda Recreio, Cássio Martins, o plantio de arroz, além de reformar a pastagem, é uma alternativa de renda extra para a propriedade.
Martins explicou que desde 2005 faz a renovação por ciclos. Já recuperou 900 hectares de pasto e está prestes a concluir a última parcela de 250 hectares.
“Comecei o plantio de arroz por uma necessidade em reformar o pasto degradado. Foi a cultura mais rentável e simples de implantar que encontrei. Hoje pago o custo que teria com uma recuperação tradicional a ainda tenho lucro”, avalia.
De acordo com o agropecuarista, nos preços atuais, o custo total para produzir arroz, incluindo despesas com maquinário, é de 60 sacas por hectare. “Se mantivermos a colheita média de 67 sacas por hectare, que registramos nos primeiros talhões, e que não são os melhores, teremos lucro imediato, ao passo que só com a recuperação normal de pastagem, levaríamos quatro anos para recuperarmos o que gastaríamos”, avalia.
O empresário Laércio Estrela, morador de Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), começou investir em pecuária há pouco tempo. Tem uma área de pastagem degradada e já pensa em renovar com arroz. “Vim para o Dia de Campo para conhecer o processo. Vou me informar mais e acredito que será a melhor alternativa para recuperar minha área, afinal, o retorno é imediato”.