Arroz continua sendo o vilão da cesta básica

Sorocabanos devem abrir os olhos para os preços, já que o grão ficou 18% mais caro em um mês e o kit, 5%.

O consumidor aprendeu que é necessário gastar sola de sapato para pesquisar ofertas nos supermercados, já que a variação do preço dos produtos é refletida todos os meses. A Cesta Básica BOM DIA comparou os valores de 30 itens em cinco hipermercados, entre novembro e dezembro, e aponta que houve aumento.

No mês passado, o cálculo dos produtos mais baratos ficou em R$ 131,64. Agora está em R$ 138,54. Até os itens mais caros subiram. Em novembro a cesta montada ficou em R$ 200,44. Atualmente é de R$ 203,45.

O arroz, alimento essencial na mesa dos brasileiros, está subindo a cada dia. O pacote de cinco quilos está saindo por R$ 11,28 no Walmart. Sendo que há um mês estava em R$ 9,95.

A professora Maria Aldete Souza diz que comprou o alimento por necessidade, mas achou um absurdo o valor. “Não dá para ficar sem arroz, então não tive outra alternativa senão desembolsar a mais do que podia”, comenta.

Para a ajudante geral Maria Elói os produtos de limpeza estão encarecendo o orçamento. E ela tem razão. O sabão em barra teve acréscimo de 21%.

Para não sair perdendo, a aposentada Doriana de Fátima Germano aproveita para pesquisar os preços em diversos mercados no caminho que leva a filha à escola. “Percebi que para se ter uma alimentação saudável se gasta mais. Por isso aproveito as promoções que cada supermercado oferece a cada dia da semana”, ensina.

Os consumidores vão até três vezes na semana ao hipermercado. “Em um dia há desconto na feira, em outro no setor de produtos de limpeza e depois nos itens mais básicos e necessários”, explica Doriana.

O aposentado Altino Tadaoki revela que economizou R$ 6 na compra do pacote de papel higiênico com 30 rolos. “Estava à venda por R$ 30, hoje paguei R$ 24. Com o troco posso comprar outras coisas que estão faltando em casa”, diz.

Barato
O leite em pó é um dos itens que estão mais baratos este mês. De R$ 8,69, agora a lata pode ser comprada por R$ 7,49 nos hipermercados Carrefour, Extra e Paulistão.

Os 30 produtos que compõem a Cesta Básica BOM DIA, se comprados apenas no Paulistão, por exemplo, sairão por R$ 161,36. Já o estabelecimento que vende o kit mais caro é o Carrefour: R$ 181,41.

A diferença de R$ 20 de um mercado para o outro pode ajudar no orçamento e o consumidor terá a chance de suprir outras necessidades.

Macarrão vira prato principal
Com a queda da massa, consumidores podem trocar o grão branco; especialista ensina quais são as atitudes que devem ser tomadas na hora da compra

O preço do arroz teve aumento de 18,5% e do macarrão queda de 21%. Com a inversão dos valores é possível fazer a substituição dos produtos e manter uma alimentação balanceada.

De acordo com o economista Geraldo Almeida, esse exemplo pode ser seguido pelo consumidor. “Quando a inflação chega, ataca o bolso de todo mundo, principalmente daqueles que têm renda menor. Então é preciso orçar os preços e comprar o mais barato”, aconselha.

Um dos 30 itens da Cesta Básica BOM DIA que está difícil de ser encontrado é a costela bovina. O quilo varia de R$ 7,30 a R$ 9,99 e caberia no bolso da maioria dos consumidores.

Os açougueiros alegam que não estão pedindo o corte ao frigorífico, pois quando chega, tem mais osso e gordura do que carne e, assim, não é vendido.

A atitude dos comerciantes está correta e é outro exemplo que pode ser seguido pelos consumidores. Geraldo explica que ninguém deve ter estoque de alimentos em casa, pois se não for consumido, acabará estragando e jogado no lixo. “Deve-se comprar apenas aquilo que é necessário, evitando desperdícios”, afirma. “Não se deve comprar por impulso. Depois sempre bate um arrependimento”, complementa.

Análise
A variação da cesta básica este mês foi de 5,2%, prejudicando as famílias de baixa renda.

O aumento significativo pode dar prejuízo, por isso é importante ficar de olho na etiqueta das gôndolas. “É como se perdesse R$ 5 na hora da compra”, avisa Geraldo. “É importante que o consumidor faça pesquisa de preços e compre sempre o mais barato. Assim, com o que conseguir economizar, poderá até mesmo gastar com o lazer, indo ao cinema.”

9 Comentários

  • O arroz é um dos alimentos mais baratos que existe, 1 Kg alimenta 10 pessoas em torno de R$0,20/refeição o mesmo que acha caro vai no bar da esquina toma um cervejinha e compra um maço de cigarro e gasta o mais que o arroz que ele iria consumir no mês todo…

  • não é a cesta básica que prejudica as famílias de baixa renda mas sim os ladroes que estão no comando do governo.

    AGRICULTORES PAREM DE TRABALHAR E VENHA PARA O CINEMA…..

    oque você acha seu GERALDO…………..

  • Quem está pagando R$11,28 por 5 Kg de Arroz está fora da realidade e não tem noção do que faz. Não tem idéia de que muitas Empresas pagam fortunas para colocar seu produto em grandes redes e no frigir dos ovos quem paga a conta é o consumidor e o sacrificado, como sempre, é o Agricultor.

  • Os preços da saca de arroz hoje não justificam o valor citado para 5 kg de arroz. O fato é, como dito anteriormente, que ninguém reclama do preço da cerveja, do cigarro, da pizza, etc. Fora com as grandes redes!!

  • A notícia confirma apenas o que se vem falando a tempo…que CONSUMIDOR e PRODUTOR são os que saem perdendo na cadeia produtiva do arroz, enquanto que a INDÚSTRIA e os SUPERMERCADOS se lavam ganhando dinheiro…Essa é a realidade senhores e não existe outra…Claro temos que considerar que o GOVERNO morde de outro lado com seus famigerados impostos!!! Notem que a indústria e os supermercados estão repassando ao consumidor os últimos aumentos concedidos ao produtor ( quando o preço subiu de R$ 18 a 24) refletindo aumento no varejo e o que é ruim, redução no consumo ou substituição por massas. Entretanto, quando o preço estava em R$ 18 ao produtor o preço nos supermercados não cairam. E é ai que que indústria e supermercado ganham muito dinheiro. Ano que vem vai ser a mesma coisa se houver supersafra e se os produtores mandarem seu arroz a depósito para as grandes indústrias!!! Temos que acabar com esse ciclo vicioso e predatório!!! Quem produz arroz obrigatoriamente teria de secar e depositar seu produto senão a classe enfraquece perante o poder capitalizado da indústria e não adianta se queixar depois…um abraço…

  • e assim que querem que o arroz venha ao preço minimo??? nunca mais vamos vender a 30 reais, desse jeito temos que parar de plantar e nao diminuir, ano que vem nao vou plantar nem um grao de arroz, chega de estar sempre levando as culpas, se querem comida barata pq nao subsidia a produçao dd arroz??? se querem bastante voto pagam pra nos plantar, e ai botem arroz ate de graça na cesta basica…..

  • Faz 6 anos que meu pai não planta. Plantou por mais de 35 anos. Ele se arrepende pro isso. DE NÃO TER PARADO A MAIS TEMPO. Hoje temos qualidade de vida. Não sabíamos o que era final de semana e ainda saindo por destruidor da natureza e explorador de mão de obra. Aqueles que tiverem outras coisas para fazerem saiam o quanto antes. S´vão dar valor quando não tiver mais arroz. É o meu recado.

  • Tem quase 20 anos que atuo no mercado de Arroz, nunca o brasileiro consumiu arroz tão barato…quem tez tal pesquisa não tem o mínimo parâmetro de mercado….isso é pra ser ignorado!!!

  • Eu tenho uma frase que diz que não existe o espertalhão se não existir o bobalhão. Os bobalhões somos nós que continuamos a plantar arroz. No início do ano a industria comprou arroz a 18 reais a saca e continuou a vender na ponta (supermercado) a valores próximos a 72 reais( as marcas de ponta) . Isto resulta em 400% de valorização, ou seja 300% de lucro para repartir entre 3, industria, supermercado e governo, cada um com uma participação de 100% em relação aos 18 pagos ao consumidor. O produtor, ora o produtor fica com o prejuízo! Os espertalhões com o lucro e grande. O produtor só produz uma saca de arroz por ano, não tem uma máquina que produz todo mês uma saca de arroz. A indústria, supermercado, e o governo giram no mínimo 12 vezes no ano, já calcularam quando rende isto anualmente??? Passa folgado dos 1000% ao ano. Lógico tem industria que tá matando cachorro a grito, mas nunca deixam de ganhar. Bem hoje está 24 a margem diminuiu para 200%, mas repartindo entre 3 ainda chega proximos aos 70% ao mês, no primeiro mundo isso não existe, lá um negócio bom rende 12% líquido ao ano, lá tinha dinheiro a vontade a 6% ao ano, portanto ganhando mais 6% , os 12% ao ano era um baita negócio. O que dizer do lucro da industria e dos supermercados então, sem falar do governo, isso é pura exploração, abuso de poder econômico, não seria um crime?????

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