Arroz e carne devem pressionar inflação em maio, diz FGV

No atacado, os produtos alimentícios industrializados subiram 2,45%, ante 0,44% em abril.

O IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) de maio aponta que a pressão inflacionária deve continuar ao longo do mês, em função dos resultados no atacado, medido pelo IPA (Índice de Preços no Atacado), que cresceu 1,91% em maio. O economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Salomão Quadros, disse nesta quinta-feira que a alta do arroz, leite, da carne bovina e do diesel, vilões do resultado inicial de maio, ainda será repassada ao consumidor.

– A inflação em maio não deve se descolar muito do resultado do IGP-10. Os efeitos não são de apenas uma semana, e ainda tem um cliclo de impacto a ser completado – afirmou.

O IGP-10 de maio triplicou em relação a abril, e representou alta de 1,52%. É a maior variação, para um mês de maio, desde 1995. Naquele ano, o IGP-10 subiu 1,54% no quinto mês do ano. O índice é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 dos mês anterior e 10 do mês de referência.

Outro destaque que pressionou o IGP-10 de maio foi o minério de ferro, que subiu 15,51% em relação à pesquisa de abril. Os produtos industrializados representaram 45% da taxa do IGP-10 do mês, com o restante cabendo aos agrícolas. Isso revela uma maior participação da indústria na inflação, tendência que já havia sido notada em abril.

No atacado, os produtos alimentícios industrializados subiram 2,45%, ante 0,44% em abril. A carne bovina processada teve alta de 4,87%, depois de variar 0,19% no mês anterior. O arroz beneficiado aumentou 27,35%, depois de cair 2,25% em abril. O óleo diesel subiu 3,68% (alta de 0,73% em abril), refletindo parte do reajuste estipulado pela Petrobras. Quadros destacou que haverá mais impactos ao longo de maio.

“O leite ‘in natura’ teve alta de 5,53%. Podemos esperar a transmissão desses impactos para o varejo”, observou.

A inflação para o consumidor no IGP-10 variou dos 0,61% de abril, para 0,67% em maio. Salomão Quadros disse que os alimentos foram responsáveis pela maior parte do IPC, definindo o resultado. A pressão dos alimentos, no caso, veio dos produtos processados, como massas e farinhas (3,22%), panificados e biscoitos (5,78%), laticínios (1,83%) e carne bovina (2,12%).

– Tudo indica que isso vai se intensificar com o repasse de alimentos industrializados – emendou Quadros.

O arroz branco, por exemplo, subiu 5,83%. O arroz parbolizado teve alta de 3,86%, e segundo o economista, mais repasses do produto estão a caminho.

– Arroz, carne e laticínios devem pressionar mais. Estão em trajetória ascendente – completou.

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