Arroz e feijão aceleram alta da inflação

Dupla preferida na mesa dos brasileiros deve ficar mais cara nos próximos dias; Alta chega a 13%.

Seguindo o ritmo do aumento nos preços da gasolina, da água e da energia, a alimentação começa a pesar ainda mais no bolso do consumidor.

Após subir o custo da carne bovina – que, no acumulado de 12 meses, subiu 25% – o principal prato nas refeições dos brasileiros, o arroz com feijão, também já encareceu neste início de 2015, registrando elevação de 2,22% e 11,99%, respectivamente, no Índice de Preços por Atacado (IPA) de dezembro.

No Índice de Preços ao Consumidor, os itens também apresentaram alta, com aumento de 0,79% e 13,01%. Um dos motivos da pressão na inflação dos produtos em janeiro seria por questões de safra, que atrapalham a colheita do feijão.

“A saída é inovar nas receitas e substituir os alimentos por outros mais baratos, como macarrão ou polenta”, disse a empregada doméstica Lourdes Maria.

Já a dona de casa Vera Lúcia considera o aumento abusivo. “Tudo está ficando caro e o nosso salário não vem na mesma proporção. Não vou substituir porque o arroz com feijão é o prato típico e básico da nossa mesa, mas terei que tomar uma alternativa ainda mais drástica, que é a redução do consumo”, lamentou a dona de casa, informando ter uma irmã excepcional que só come alimentos acompanhados por feijão.

Também dona de casa, Gorete Cordeiro explica que o feijão já havia sido parcialmente excluído da dispensa de sua casa, justamente por conta do alto preço. “Consumimos mais arroz e macarrão. Não tem jeito. Já tivemos que maneirar nas compras de açougue devido ao alto custo”, reclamou.

De acordo com o gerente de um supermercado no Centro de Barra Mansa, Antônio José neto, por enquanto, o aumento ainda não foi repassado para os clientes. “Mas não vai dar para segurar por muito tempo. Em breve deve aumentar”, informou o gerente, ressaltando que, no estabelecimento, as pessoas têm deixado de lado as marcas tradicionais e de melhor qualidade, buscando produtos pelo melhor preço.

No comércio de Barra Mansa, o quilo do feijão, por enquanto, está custando entre R$ 3,12 (Fantástico) e R$ 3,42 (Caldão). Já o pacote de cinco quilos de arroz sai por cerca de R$ 8,79 (Paguarin), R$ 9,49 (Fantástico) e R$ 9,98 (Palmares).

10 Comentários

  • Como leitor assíduo das matérias publicadas por PLANETA ARROZ, gostaria de um pequeno esclarecimento por parte dos mediadores da revista, esclareço: a matéria acima em que a fonte é A Voz da Cidade (RJ), por que foi escolhida e qual a relevância em termo de mídia em que apenas duas ou três donas de casa foram entrevistadas para se manifestar a respeito de aumentos. Depoimentos isolados, colhidos aleatoriamente sabe-se que estatisticamente tem pouco valor informativo.
    Por que esta fonte foi merecedora de divulgação por PLANETA ARROZ ?
    P.S. Poderia ainda a revista nos brindar com alguma matéria que fizesse referencia a uma possível substituição do arroz no cardápio, por massa e polenta, como cita a dona de casa entrevistada, de forma mais econômica e de mesmo valor nutricional ? (naturalmente se possível).
    Agradeço a atenção.

  • Estimado Carlos.
    Obrigado por sua participação sempre relevante nos debates deste fórum arrozeiro.

    Como leitor assíduo das matérias publicadas em PLANETA ARROZ, você deve estar ciente de que publicamos as mais diversas informações acerca desta cadeia produtiva com o caráter informativo. Como integrante da cadeia produtiva, obviamente, você sabe que ela se estende desde a mais básica produção de insumos até o consumidor final. Obviamente, também, o objetivo maior de um produtor de arroz é alcançar o consumo, muito embora possam existir aqueles que supostamente observam a cadeia apenas até a “entrega” do produto à indústria.

    Obviamente, o jornal A Voz da Cidade (RJ) é uma fonte fidedigna que está explanando de forma noticiosa o posicionamento de parte da cadeia produtiva, afinal de contas, é um jornal – uma empresa de comunicação, como nós – e não um instituto de pesquisas para solucionar as dúvidas de um segmento ou setor.

    Se você analisar as matérias publicadas no conjunto da imprensa, perceberá que invariavelmente há uma ou duas ou três fontes representando, as vezes, o mesmo segmento. Neste caso, donas de casa/consumidoras cuja opinião dentro de um Estado Democrático é tão válida quanto a de qualquer outro integrante da cadeia produtiva.

    Esta fonte foi merecedora da “divulgação” neste espaço, como todas as demais que tragam alguma informação de interesse da cadeia produtiva – seja qual for dos elos. E julgamos que a opinião do consumidor é – ou deveria ser – de suma importância para os demais segmentos. Aliás, este é um dos segmentos que menos tem sido explorado pelo conjunto da mídia, seja ela O Globo ou o Semanário da Bossoroca. E isso também é uma “Mea Culpa”. Afinal, são 200 milhões de consumidores. E estamos falando apenas do Brasil, afinal, temos enviado 1,2 milhão de toneladas para terceiros países e raras são as nossas informações acerca da aceitação destes. Nossas avaliações (como cadeia) se dão por considerarmos que se seguem comprando, gostaram do produto. Vale lembrar que dita publicação cita alguns preços ao consumidor de empresas do Sul do Brasil, o que vale como curiosidade importante.

    Citamos a fonte “A Voz da Cidade”, de Barra Mansa – RJ, justamente pelo devido crédito e a identificação geográfica e a eventual necessidade da busca de maiores informações por quem tiver interesse.

    Como assíduo leitor de PLANETA ARROZ, você também deve ter conhecimento que referida matéria, com o referido crédito, cita a opinião pessoal de uma dona de casa entrevistada e identificada. Portanto, não cita um tratado, estudo ou pesquisa científica sobre a substituição do cereal em pauta por um sucedâneo, embora inúmeros estudos – inclusive da FAO, da OMS e do próprio Irga/Cientec, via Msc Gilberto Wageck Amato, indiquem que à medida em que os preços do arroz se elevem, o consumidor passa a buscar sucedâneos. E à medida em que a renda se eleva, ele passa a buscar mais proteínas para substituir ao carboidrato. Aliás, desta lógica que nasceu aquela máxima de que “arroz é comida de pobre” lá nos anos 80.

    O preço do arroz, produto mais barato de consumo na maior parte do mundo – que inclusive derruba governos até mesmo entre os “tigres asiáticos” – e o fator cultural são determinantes para o consumo em larga escala. Mas, na América espanhola, por exemplo, o milho e o trigo predominam. Tanto que nossos vizinhos do Mercosul produzem 90% para enviar para outros mercados. E preferencialmente para nós, consumidores brasileiros.

    Agradecemos sua participação, mais uma vez, e acataremos sua sugestão de pauta para uma das nossas próximas edições e buscaremos junto a nutricionistas e especialistas informações da existência de algum estudo acerca do comparativo nutricional entre o trigo, o milho e o arroz, volume de consumo e comparativo de preços/equivalência.

    Obrigado.

  • Prezado Carlos, concordo com você e ainda faço uma ressalva: Em Camaquã um pacote de 5 kg de arroz branco esta sendo vendido nos supermercados, em promoção a R$ 8,99 (dá R$ 1,79 por kg). Este 1 kg de arroz alimenta uma família de 4 pessoas por 4 dias no mínimo, enquanto no mesmo supermercado, é vendido um pacote de 500 gramas de macarrão a R$ 1,79 em promoção, que custando o mesmo preço do arroz, alimenta a mesma família por 1 dia. Onde esta a vantagem da substituição??? Sinceramente não entendo…..

  • Sr. Eduardo, não existe vantagem alguma na substituição do macarrão pelo arroz….mais é um argumento que vemos no mercado diariamente. Pode ser que o consumidor não veja vantagem, mais ao menos ele diversifica a refeição. Também não entendo este argumento do varejo, mais é uma realidade. Em tempo, aqui na minha região tem arroz mais barato ainda e macarrão a incríveis R$ 1,69….. quem sabe com o advento da soja, a dona de casa amanhã chama para o almoço sua família, dizendo….”gente ta na mesa, hoje tem soja com galinha”……

  • SR Antonio Paulo, este prato, soja com galinha, a meu ver não deve apetitar ninguem, não deve ficar muito bom, mas quem sabe, só Deus.

  • Sr. Carlos, há tempos que comento nesse espaço e acompanho esse semanário que para mim é o de mais valia para o nosso setor… A grande maioria das notícias publicadas envolvem números de importações e exportações, área de arroz projetada e plantada, expectativa de safra, evolução dos preços ao produtor (altas e baixas), preços ao consumidor e expectativa de inflação, notícias sobre empresas ligadas ao setor, trabalhos e conquistas dos órgãos de classe (Ex.: FEDERARROZ), eventos e exposições, dentre outras… Me corrijam se estou enganado… Garantido constitucionalmente, o semanário está amparado pelo Direito de Livre Expressão nesse país (ainda)… Por outro lado, nós produtores, que somos pouco representados no meio jornalístico e na imprensa televisa (em outras palavras, nos meios de comunicação em geral), temos que continuar fazendo nosso trabalho porque somos taxados de vilões culpados pela inflação e pouco se faz para esclarecer ao grande público a realidade da lavoura orizícola… Sei que é árdua a nossa missão… Mas é com nossos comentários (aqui) que estamos nos fazendo ouvir… É criticando e argumentando que terão que nos engolir… Não serão apenas os consumidores, o governo, o varejo e a indústria que terão voz se nos calarmos perante as muitas injustiças que sofremos… Pelo nível dos debates o sr. pode ver isso… escrevendo, chorando, desenhando… Temos que continuar nos expressando… Sejamos ou não taxados de terroristas, vilões, o que quer que seja não podemos nos calar jamais… Se não temos força para fixar os preços e enfrentar o mercado, que tenhamos o discernimento de mostrar e sinalizar a grande cadeia, que não temos mais folego para produzir antes que a corda arrebente… Temos que ter preços justos para que valha a pena plantar… Se não temos força para fixar os preços das receitas, também não temos para fixar os das despesas (reduzir custos no arroz é mera obra de ficção cientifica)… Essa é nossa missão seu Carlos, sr. Diego, sr. Enderson, sr. Eduardo, sr. Antonio Paulo, sr. Walter, e muitos outros que aqui se expressam… Não se calar quando nos sentimos injustiçados e acreditamos que as coisas deveriam melhorar… Um abraço a todos!!! Lembrem-se sempre que os conflitos geram mudanças.

  • Depois dizem que o Maranhão é pobre… a dona de casa lá do sudeste rico reclama de arroz a menos de 10 pila o pct de 5 kg. Aqui as marcas lideres, o mesmo pct é 17,00 Tio João ou 15 Tio Urbano, as marcas locais de 10 a 13, e num tem xororo não. Que não? Então vai na seção de farinha, ai é que tu vai se assombrar. O saco de 60 kg de farinha de mandioca passou dos R$ 150,00 faz muitos anos. Vá comprar um picolé kibom com 10 contos. Repare o troco. Daí me diga se 5 kg de arroz é caro. Balela.. Tá barato e se dobrar de preço ainda fica barato!!!
    Em tempo: as indústrias daqui fazem é gostar quando o preço sobe. A explicação é simples. 10% de 50 é melhor que 10% de 30. Realmente não entendo porque as daí tentam segurar preço, mesmo após terem se abastecido na safra.

  • A indústria já pagou r$45,00 a 12 anos atrás e ninguém deixou de comer arroz, quem regula o mercado é oferta e demanda ninguém vai modificar isso, precisamos diminuir a oferta de arroz e teremos mais renda por isso insisto:
    SOJA NA VÁRZEA NELES!!!!

  • Importante a fala do moderador com referência as expectativas do consumidor ou do “rei consumidor” , como já foi dito aqui por um produtor e comentarista deste espaço. Também com relação a necessidade de analisar as preferências e expectativas do consumidor – alvissareira ainda, foi a fala relacionada a expectativa do consumidor de nossos produtos no exterior.
    Vejam como este tema é necessário, pois causou estupefação o item “soja com galinha”, porém sabe-se que o chinês usa a soja na alimentação humana e muitos outros derivados, por isso não reclama do 1,00/kg da soja em grão, que nos pagam. Por este fato, perdemos “somente” 54 bilhões!
    Está na hora de parar de achar que já sabemos tudo, que o passado irá retornar ou que o “mundo tem que girar ao nosso redor” . Também, participo da opinião do Sr. Schimidt, que as falas geram mudanças gerais, até na pesquisa e noutros setores – ainda estamos comemorando a notícia do investimento de 30 milhões por uma empresa em Camaquã para a produção de outros produtos com valor agregado, inclusive em biscoito de arroz, que há anos alardeamos aqui! Abraços!

  • Uma coisa é fato: o mercado de arroz está em colapso. Com a inflação alta ( outros produtos e serviços além do arroz ), desemprego à porta e insegurança generalizada, um produto básico como o arroz está sendo deixado de lado na escolha do carrinho. A dedicação do consumidor está em prestar atenção maior em produtos que lhe gere satisfação. Se o arroz que é básico sobe, ela por confusão pode estar trocando ” gato por lebre”, ao inserir massas, polentas e afins, mesmo que o ” custo benefício” não seja fidedigno.
    Precisamos nos reinventar! Embalagens melhores, quem sabe sabores no pacote, coisa diferente, porque se continuar no básico, com esse governo e os índices que estão ai, seremos sempre os vilões…

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