Arroz e feijão ficam 25% mais caros e consumidores da região se adaptam

Segundo levantamento da da FGV, a alta foi registrada no período de 1 ano. Para economista, ação de intermediários dificulta queda do preço do feijão..

O preço do arroz e do feijão, dois alimentos indispensáveis na mesa dos brasileiros, subiu em média 25% em um ano, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para driblar o aumento, donas de casa de São Carlos e Araraquara (SP) optam por reduzir o consumo ou substituir os ingredientes.

Segundo o economista Luiz Fernando Paulillo, o preço disparou motivado pela quebra de safra dos dois produtos e a área plantada diminuiu. Além disso, segundo o economista, outro motivo é a especulação. “Intermediários aproveitam o aumento do preço sazonal e dão um aumento mais significativo”, disse.

Nos supermercados de Araraquara, o consumidor percebe a diferença nas prateleiras. O quilo do feijão carioca, por exemplo, passa dos R$ 7. Já o pacote com cinco quilos de arroz está na faixa dos R$ 12.
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Na casa de Elaine Lino, por exemplo, o hábito teve que mudar e o arroz e o feijão não têm todo dia, como antes. “Eu e meu esposo optamos por comer outras coisas, mas como as crianças comem porção menor, nós conseguimos manter”, comentou. “Uma vez por semana eu acrescento macarrão, polenta, outros alimentos que têm pelo menos alguns dos mesmos nutrientes”, disse.

Em São Carlos, Maria Helena de Jesus sabe que está difícil manter a combinação e se adaptou. “Substitui por feijão, lentilha, grão de bico, ou por mais água no feijão”, disse.
Consumidores de São Carlos e Araraquara se adaptam ao preço mais alto do arroz e do feijão (Foto: Reprodução/EPTV)Consumidores se adaptam ao preço mais alto
do arroz e do feijão (Foto: Reprodução/EPTV)

Restaurantes
Na cozinha de um restaurante de Araraquara, são preparados 300 quilos de arroz e 120 quilos de feijão por mês, o prato é o predileto dos clientes. “Tem que comer todo dia, arroz e feijão fazem parte do cardápio tradicional então não tem como deixar de comer”, disse o bancário José Eduardo de Oliveira Júnior.

Com o aumento dos preços, a dona do restaurante Maricy Simões paga até 30% a mais pela comida, mas não repassou o custo para o consumidor. “Teve um aumento significativo, mas nem sempre a gente pode repassar para o cliente, então o estabelecimento tem que arcar”, explicou.

Sem previsão
A expectativa é de que os preços do arroz comecem a cair em breve, mas não há previsão para queda no preço do feijão. “O arroz tende a baixar porque logo vem a nova colheita, mas o preço do feijão é uma incógnita por causa da ação dos intermediários e só quando houver uma reação do consumidor brasileiro que o intermediário recua um pouco,porque esse aumento foi abusivo”, afirmou Paulillo. Procurada pela reportagem, a associação que representa os produtores de feijão não comentou os argumentos do economista.

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