Arroz entra na lista dos produtos a serem negociados com a UE
Reinvindicação dos arrozeiros gaúchos e resultado das tratativas com uruguai e Argentina foram levados aos ministros na última semana.
O arroz é o mais novo item agrícola da lista de produtos do Mercosul que serão negociados junto à União Européia. A inclusão foi solicitada no último dia 7 pela cadeia produtiva, em reunião realizada em Brasília com os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). “A União Européia é um tradicional importador de arroz e o Mercosul tem potencialidade para aumentar sua produção no curto prazo para atender a esta demanda”, acredita Pery Sperotto, presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).
No dia 15 de abril, os blocos trocam listas de oferta de produtos, com cotas de importação específicas e vantagens tarifárias. A lista inclui mais de 600 produtos agrícolas, além de itens da indústria têxtil e do setor automotivo.
De acordo com Sperotto, os embarques de arroz serão divididos em cotas entre Brasil, Argentina e Uruguai, caso a União Européia se decida pelo cereal do bloco. A produção do Mercosul para este ano é estimada entre 13,5 milhões e 14 milhões de toneladas, das quais 1,4 milhão serão exportadas, sendo a maior parte originária do Uruguai.
“Apenas 10% da produção mundial está fora do eixo da Ásia, ficando dividida entre a América do Sul e a Austrália. O arroz agulhinha produzido no bloco é de alta qualidade e, portanto, temos condições de concorrer em novos mercados”, observa Pery Sperotto.
O presidente do Irga informou, ainda, que os países do Mercosul também negociam o embarque de 70 mil toneladas de arroz para o Peru e prospectam os mercados do Caribe, Trinidad y Tobago e Oriente Médio.
O Brasil, que ficou cerca de 30 anos fora do mercado internacional do cereal, planeja exportar cerca de 300 mil toneladas de arroz este ano para países da América Latina e da África.