Arroz fica fora da alta global dos alimentos

Ao contrário da relação apertada entre oferta e demanda verificada para os grãos, no caso do arroz a situação é confortável.

A forte alta de preço dos produtos agrícolas não chegou ao arroz. Enquanto milho, soja e trigo aproximam-se dos picos de 2008, o arroz ainda é negociado pela metade dos preços daquele ano.

Ontem, o arroz tailandês tipo B -referência no mercado asiático, responsável por 90% da produção mundial- era vendido a US$ 533 por tonelada, segundo dados da associação dos exportadores de arroz da Tailândia.

Há três anos, o preço ultrapassou US$ 1.000 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, nos últimos 12 meses o arroz subiu pouco mais de 3%, ante alta de 57% do trigo, de 45% da soja e de 92% do milho.

Ao contrário da relação apertada entre oferta e demanda verificada para os grãos, no caso do arroz a situação é confortável.

Segundo estimativa do IGC (conselho internacional de grãos), a produção global será de 450 milhões de toneladas de arroz neste ano, 10 milhões maior do que a do ano anterior, o que possibilitará aumento nos estoques, apesar da alta de 2% no consumo, para 447 milhões de toneladas.

Também contribui para a estabilidade de preço o fato de o ritmo de crescimento da demanda ser menor para o arroz. "A melhora do poder aquisitivo nos países asiáticos fez com que aumentasse a procura por trigo e carnes", diz Vlamir Brandalizze, sócio da Brandalizze Consultoria.

Além disso, o preço do arroz é menos vulnerável ao movimento especulativo. O principal mercado está na Ásia e os contratos de Chicago não estão no alvo dos fundos de investimento.

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