Arroz ganha um supercentro de negócios

XI Fenarroz acontece em Cachoeira do Sul a partir de 21 de abril
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A XI Feira Nacional do Arroz, em Cachoeira do Sul, funcionará durante 10 dias como um supercentro de negócios do setor orizícola. A Fenarroz 2000, que inicia em 21 de abril, contará com cerca de 200 expositores do Brasil, Mercosul, Estados Unidos, Canadá, Itália, Japão e Suíça. Esta edição concentrará numa área de 10 hectares o que há de mais moderno em termos de máquinas, equipamentos e tecnologias voltadas à área orizícola. Com o slogan "O planeta arroz rumo ao século XXI", a feira apresenta uma programação abrangente e ao mesmo tempo centrada nos rumos tecnológicos deste início de século. Um exemplo é a biotecnologia, tema central da programação temática.

A programação técnica contempla ainda a pecuária, que além das tradicionais expofeiras e remates, contará com um seminário internacional abordando a integração da várzea com a pecuária. Técnicos da Embrapa Clima Temperado (Pelotas), do Uruguai, Colômbia e Argentina estarão apontando as vantagens do sistema aos agropecuaristas.

 

Programa Técnico 

Os destaques da XI Fenarroz

25 de abril

9h – Painel "A biotecnologia aplicada na orizicultura"

Zaida Lentini – Departamento de Pesquisas do IAT, Colômbia
Francisco Salzano – Departamento de Bioenergética do Instituto de Biociências da UFRGS
Paulo Luiz Valério Borges – membro da CNTBio
João Carlos Machado – coordenador da Comissão do Arroz da Farsul
Moderador – Valmir Menezes – Divisão de Pesquisa do Irga

14h – Painel "Cultivares transgênicas e as questões da segurança alimentar e ambiental"

Nicole Michaux-Ferriere – Departamento Biotrop/Cirad, Montpellier, França
Antônio Elói Paz – presidente da Federarroz
Frederico Antunes – deputado estadual presidente da Comissão Especial da Metade Sul e vice-presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa
André Abreu – Aventis Seeds do Brasil
Marijane Lisboa – Greenpeace do Brasil
Moderador Ênio Marchezan – Centro de Ciências Rurais da UFSM

26 de abril

9h – Seminário Internacional Várzea & Pecuária

José Carlos Reis – Embrapa Clima Temperado, Pelotas
Carlos Mas – INIA, Tacuarembó, Uruguai
Stella Maris Altuve – INTA, Mercedes, Argentina
Luiz Antônio de Leon Valente – Emater, Porto Alegre
Valmir Gaedke Menezes – Irga

14h – Painel "Privatização do seguro agrícola"

Célio Porto – Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura
José Hermetto Hoffmann – Secretaria de Estado da Agricultura
Luiz Carlos Heinze – integrante da Comissão de Agricultura da Câmara Federal de Deputados
Carlos Rivacci Sperotto – presidente da Farsul

 

O Arroz no RS 

O perfil da orizicultura gaúcha

RIO GRANDE DO SUL: 800 mil hectares de lavoura de arroz
Região de cultivo: Metade sul do estado.
Só é ocupado um terço do total de área orizicultável.

Como é a lavoura

A área cultivada é repetida mais dois ou três anos com arroz e, após, é deixada em pousio ou a resteva, com ou sem pastagem artificial, para a pecuária por igual período. Mais recentemente tem se verificado o uso mais intenso das áreas com arroz e culturas alternativas, diminuindo as áreas em pousio.
O rendimento é influenciado por fatores genéticos, ecológicos e de manejo. A influência destes fatores é diferenciada nas diferentes áreas de cultivo do arroz irrigado no estado. A área de orizicultura não é homogênea e está dividida em seis regiões orizícolas que se diferem tanto climaticamente como no manejo da lavoura.

 

Perfil

O arrozeiro gaúcho

Pode-se enquadrar os produtores de arroz em três categorias, conforme suas condições econômicas.

Os Desprotegidos– Produtores que ficaram protegidos dos planos heterodoxos. São os produtores de menor porte, que por força de diferenciação de tratamento creditício, juros menores e equivalência-produto, não foram atingidos pelos descasamentos dos índices de correção dos financiamentos e preços dos produtos. Estes permanecem no crédito oficial, com bons índices de produtividade, portanto competitivos, apesar de terem limitações de acesso à tecnologia de ganhos de escala.

Os Capitalizados – Pequena gama de produtores, em geral, possui uma outra atividade não-agrícola, que exatamente por estarem capitalizados podem esperar por melhores condições de mercado para vender seu produto e adquirir seus insumos. Têm armazenagem própria e acesso à tecnologia de ponta.

Os Endividados – Médios e grandes produtores, excluídos do processo de securitização, em litígio com o Banco do Brasil, totalmente alijados do crédito oficial. Apesar do grau de dificuldade financeira que passam, grande parte segue na atividade. É um contingente de produtores tradicionais, com vocação para a cultura do arroz, que permanecem na atividade, e que, de certa forma, encontraram seu espaço, buscando outras fontes de créditos, reduzindo áreas e alcançando ganhos de produtividade, mesmo sem ter acesso à tecnologia de ponta. É a categoria mais fragilizada na comercialização do produto, em geral contrai dívidas com prazo safra, necessitando vender grande parte de seu produto por ocasião da colheita.

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