Arroz gaúcho abre mercado na Europa

 Arroz gaúcho abre mercado na Europa

Embarques em casca mostram que o País vem perdendo competitividade para vender produto beneficiado

Turquia é o novo cliente conquistado pelo esforço da cadeia produtiva do arroz. Enquanto isso, o Brasil perde mais posições no ranking da competitividade global..

Nadando contra a pesada carga de tributos, dificuldades de logística e transporte e a burocracia, a cadeia produtiva do arroz do Brasil não mede esforços para consolidar a presença no mercado internacional e ampliar o seu leque de clientes. Em uma negociação que demandou extrema cautela e colaboração dos diversos atores envolvidos, partiu do Porto de Rio Grande um navio com 31,5 mil toneladas de arroz em casca para a Turquia, onde aportou na última quinta-feira (4/9). A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) apoiou a operação.

O presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles explica que houve cautela para anunciar o embarque devido às grandes exigências fitossanitárias do país-cliente. “A empresa exportadora mostrou grande habilidade na operação e a Federação apoiou naquilo que lhe foi demandado. Estamos executando a nossa estratégia de contribuir para a exportação do cereal e a manutenção dos atuais preços do mercado doméstico”, enfatiza o dirigente setorial. “Nosso objetivo é escoar, e não estocar”, acrescenta Dornelles.

Tal exportação reveste-se ainda de maior importância porque o Brasil está reconquistando cliente que não adquiria o produto aqui há três anos. A dificuldade na transação, no entanto, demonstra que o Brasil precisa avançar nas relações exteriores para consolidar as vendas externas, uma vez que o Itamaraty é lento em suas ações. “Precisamos criar organização específica para as negociações de arroz, que agilize os processos”, insiste Henrique Osório Dornelles.

COMPETITIVIDADE

A exportação de 31,5 mil toneladas de arroz em casca para a Turquia só não foi mais comemorada porque comprova as teorias de que o Brasil vem perdendo competitividade global devido a sua carga tributária e deficiência logística e de transporte. Na última semana o Fórum Econômico Mundial anunciou o ranking de competitividade global e o Brasil foi rebaixado em três posições, para o 57º lugar. Em 2013 o Brasil já havia caído cinco posições.

Além do prazo para abrir uma empresa superior a 100 dias, que qualifica o País entre os três menos competitivos do ranking neste item, entre 144 países, a pesquisa avaliou quesitos como educação, saúde, infraestrutura, transporte e logística, carga tributária e o mercado financeiro. Suíça, Cingapura e Estados Unidos são as três economias mais competitivas. Entre as emergentes, que incluem os “BRICS” e outros 11 países, os destaques são a Coreia do Sul (26ª) e a China (28ª). A boa notícia é a evolução em saúde, educação e que o potencial de negócios no mercado externo é uma das principais vantagens brasileiras. “A cadeia produtiva está fazendo sua parte, mas é preciso que o País avance em infraestrutura e reduza a carga tributária em prol da competitividade”, entende Henrique Osório Dornelles.

 

3 Comentários

  • A matéria expõe a realidade nua e crua do que é o agronegócio em nosso país, produtores, industriais, varejistas e demais elos da cadeia agro-alimentícia fazem verdadeiros malabarismos para se manterem em um país onde a carga tributária, infraestrutura, transporte (com destaque para o preço do combustível, pedágios, etc); e logística assumem proporções monstruosas contrárias a quem luta para manter seu negócio honesto, estável e mantendo empregos tão necessários a um país em que os governantes dizem ser democrático, progressista e com grandes avanços sociais,
    Outubro está bem próximo, precisamos votar o melhor possível, ou continuaremos a tomar relhaços nas costas até não aguentarmos mais.

  • Corretíssimo Sr. Carlos… E o governo preocupado só com os que eles denominam Reforma Política… Reforma Tributária nem cogitam, sequer pensam, têm até medo de falar… E além de tanto tributos que já existem, já estão alarmando aos quatro cantos que vão regulamentar o tal Imposto Sobre Grandes Fortunas para ajudar a pagar os R$ 250 bilhões de reais de juros da dívida pública… 11% de Selic para investidores estrangeiros que não trazem em presas para o País e, para banqueiros que engordam só esperando o tempo passar dentro de uma sala geladinha… Enquanto isso agricultura recebe R$ 10 bilhões, saúde (com INSS e tudo) R$ 90 bilhões e educação R$ 30 bilhões… Mas como é que um País vai crescer desse jeito??? Isso que já estão arrecadando R$ 1,6 Trilhão em impostos… Sinceramente gostaria de sabe aonde vai nosso dinheiro!!! E aonde esse País vai parar …

  • O serviço bom e barato não será RÁPIDO. O serviço bom e rápido não será BARATO e o serviço barato e rápido não sera BOM…..A MÁXIMA VALE PARA O ARROZ……ARROZ BOM NÃO É BARATO Sr. Vitor!!!!!!

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