Arroz gaúcho terá selo de qualidade
Objetivo é enfrentar concorrência do produto uruguaio e argentino.
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, participou neste domingo, dia 4, do lançamento da campanha para aumentar o consumo de arroz gaúcho. A estratégia inclui um selo de qualidade, o Arroz RS, e a divulgação das vantagens do alimento.
O Rio Grande do Sul é responsável por 50% de todo o arroz produzido no Brasil e o consumo do alimento vem caindo no país. A campanha será lançada oficialmente dia 30 de setembro, no aniversário de 65 anos do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), e será divulgada inicialmente no Estado e mais tarde em todo o país.
Os custos da divulgação da campanha nos meios de comunicação serão divididos entre governo do Estado e indústrias e entidades ligadas ao setor orizícola.
O arroz gaúcho é o melhor produzido no país, um arroz com qualidade para ser exportado, para isso criamos o selo de qualidade para o produto e vamos deflagrar uma campanha, por iniciativa do governo do Estado, para aumentar seu consumo afirmou o governador.
Rigotto enviará à Assembléia Legislativa um projeto de suplementação de verba para investir na campanha.
O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, destacou a importância de se concentrar esforços para exportar o produto e a necessidade de se recriar o hábito de consumir arroz para não reduzir a área plantada.
Não existem políticas públicas que possam ajudar o setor enquanto a oferta se mantiver superior à demanda declarou Klein.
O governador comunicou também que solicitará à Secretaria da Fazenda um estudo em relação à tributação do produto, que enfrenta problemas em relação ao ICMS porque os Estados que não produzem arroz tributam o produto em índices muito baixos.
A delegação da província chinesa de Shaanxi que visitou a Expointer na última quinta, dia 1º, demonstrou interesse em importar o arroz gaúcho. De acordo com membros da comitiva, seu país precisará importar mais arroz, um símbolo de alimento nobre na China, que vem sendo consumido em quantidade cada vez maior e é produzido em quantidade insuficiente.
Em 1987 o consumo de arroz no Brasil era de 42 quilos per capita por ano, e em 2003 baixou para 36 quilos per capita por ano, de acordo com dados da FAO. A explicação para a diminuição de consumo do produto é a mudança nos hábitos alimentares da população, que passou a privilegiar os alimentos fast-food.
De acordo com o presidente do Irga, Pery Sperotto, o instituto vem desenvolvendo em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade Federal de Pelotas aplicações diversas para o produto. Entre os produtos desenvolvidos está a farinha de arroz, empregada em massas, pães e até salsichas, com a vantagem de ser um produto sem colesterol e sem glúten.