Arroz gaúcho vai para Fortaleza por cabotagem
Negociação para viabilizar a operação de embarque de arroz beneficiado a partir de Pelotas (RS) até Fortaleza (CE) avançou em reunião entre os empresários, armadores, indústria e a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Até o final deste ano as indústrias de Pelotas e Camaquã e demais municípios da região da Zona Sul do Rio Grande do Sul poderão dar início às operações de transporte de arroz por navegação de cabotagem com destino a Fortaleza para atender a região Nordeste do Brasil. Uma reunião na manhã desta sexta-feira, em Pelotas aproximou empresários gaúchos e cearenses envolvidos com a navegação, a estrutura portuária, a indústria e o comércio do arroz. O encontro foi coordenado pela Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul (SPH).
O superintendente, Roberto Hallal, explicou que o principal objetivo desta negociação é baratear em até 20% o preço final do produto. Embora já existam operações de navegação de cabotagem levando arroz gaúcho para o Nordeste brasileiro a partir de Rio Grande, a maior parte do transporte está concentrada no modal rodoviário. Há também, embora restrito, o transporte em contêineres, que custa mais caro. Com esta nova alternativa, os fardos de arroz beneficiado serão transportados em big bags.
Com a abertura das operações a partir do Porto de Pelotas, o carregamento se daria no maior pólo industrial de arroz do Brasil, reduzindo custos e aumentando a competitividade do produto. O impasse maior nas negociações, que já duram alguns meses e somente agora começam a chegar a um final feliz, é o arrendamento de embarcações adequadas para o transporte. Inicialmente serão duas embarcações que farão, ao total, três viagens por mês a Fortaleza (CE).
As embarcações terão capacidade de oito a 10 mil toneladas (cada uma) e partirão de Pelotas com seis mil toneladas de arroz por viagem, limite máximo permitido pelo calado da hidrovia. Inicialmente, seriam transportadas 18 mil toneladas de arroz por mês. As embarcações retornarão com sal, que será descarregado em Porto Alegre. Viabilizada, a operação ajudará no processo de revitalização das hidrovias e portos gaúchos. Anualmente, as hidrovias gaúchas movimentam quatro milhões de toneladas de cargas diversas.