Arroz, o prato do dia na Expoagro Afubra

A safra gaúcha de arroz deve registrar uma redução acima do esperado nesta temporada.

As principais tecnologias de cultivo do arroz irrigado estão sendo apresentadas aos visitantes da 18ª Expoagro Afubra pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Áreas demonstrativas foram instaladas no parque de exposições da BR 471, Km 161, em Rincão del Rey, Rio Pardo. Mesmo aberta desde esta terça-feira (20), será nesta quarta-feira (21), que a programação ficará concentrada no Dia do Arroz. São esperadas excursões de diversos municípios arrozeiros da Depressão Central gaúcha.

Ricardo Tatsch, engenheiro agrônomo e coordenador do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Irga, em Rio Pardo, destaca as vitrines tecnológicas do Projeto 10+, que busca ampliar a produtividade por área, reduzir o custo por unidade e garantir renda ao rizicultor. `Trata-se de um sistema de manejo que busca a excelência em cada operação para que as cultivares plantadas expressem o máximo de seu potencial produtivo´, enfatiza.

Também serão apresentadas quatro variedades de arroz, todas elas Irga, a 424, 426, 429 e a 430, que têm características importantes e maior expressão na lavoura gaúcha. Juntas, representam cerca de 60% da área irrigada do Rio Grande do Sul. `Vamos apresentar as características e a melhor oportunidade de uso de cada cultivar, além de época de semeadura, densidade e adubação´, acrescenta Ricardo Tatsch.

Técnicas de manejo do solo na entressafra e o preparo antecipado também estão entre as áreas demonstrativas, com a abordagem de operações que podem ajudar a reduzir custos e favorecer a semeadura na melhor época recomendada. A região central gaúcha é a que registra anualmente maiores atrasos no plantio.

SOJA

Nas últimas safras, a soja entrou com muita força nas áreas de arroz como alternativa agronômica e de renda. A rotação em solos favoráveis traz vantagens como a quebra do ciclo de pragas, doenças e invasoras, melhora a fertilidade e gera uma renda importante pela alta liquidez da oleaginosa. Mas, exige muitos cuidados, como uma drenagem perfeita, irrigação, controle, fertilidade, calagem e adubação e plantabilidade. Na safra 2017/18, o Rio Grande do Sul plantou 300 mil hectares de soja e 1,08 milhão de hectares de arroz irrigado.

SAFRA

O diretor técnico do Irga, Maurício Fischer, que é natural de Rio Pardo, acompanhou a abertura da Expoagro Afubra e visitou a área de difusão tecnológica do instituto. Ele destacou que a safra gaúcha de arroz deve registrar uma redução acima do esperado nesta temporada. `Houve atraso no plantio em 50% das lavouras, uma germinação desuniforme e também enfrentamos baixas temperaturas noturnas na época do Carnaval, quando parte das áreas estavam em seu momento decisivo, que é a floração. Pelo atraso e as dificuldades de manejo tivemos mais problemas com plantas daninhas, em especial aquelas resistentes a herbicidas. Isso tudo afetará a produção´, resume.

Segundo Fischer, apesar da lavoura ter chegado a 15% da área colhida com média produtiva acima de 8.100 quilos por hectare, a média tende a cair com a colheita das lavouras mais atrasadas e de menor aporte tecnológico. A estimativa é de um rendimento médio de 7,3 a 7,4 mil quilos por hectare no final da safra gaúcha.

A produção total deve alcançar 7,8 milhões de toneladas em uma área de 1,08 milhão de hectares. Ainda de acordo com o dirigente, a preocupação do setor, no momento, é com os preços ainda muito baixos. No entanto, frisa que mecanismos de comercialização oferecidos pelo governo, a safra menor do que o esperado e um aumento do fluxo de exportações estão fazendo os preços ao produtor reagirem gradativamente, trazendo expectativa de cotações melhores no segundo semestre.

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