Arroz para todo campo
A proposta da RiceTec é trazer ao Brasil a tecnologia de sementes híbridas.
O grupo RiceTec, empresa que atua na área de pesquisa e tecnologia de cultivares para a lavoura arrozeira, está lançando no mercado gaúcho as variedades híbridas de sementes de arroz Avaxi e Tuno-CL. O Avaxi tem como característica a alta produtividade, chegando a produzir 13 mil quilos de grãos por hectare em áreas experimentais. O Tuno-CL foi desenvolvido para ser usado no sistema Clearfield (resistente ao herbicida Only, da Basf) e atinge produtividade de 10,5 mil quilos por hectare em áreas infestadass com o arroz vermelho.
A proposta da multinacional RiceTec é trazer ao Brasil a tecnologia de sementes híbridas, desenvolvida e aprimorada na China desde a década de 1970. O produto está sendo trabalhado em solo brasileiro há três safras. A grande vantagem do arroz híbrido é a maior produtividade. As sementes da RiceTec serão vendidas para a safra comercial 2004/2005 em volume capaz de atingir até cinco mil hectares. Na safra colhida este ano, o Rio Grande do Sul cultivou 1.028 hectares, produzindo cerca de 50% do arroz brasileiro. A RiceTec plantou áreas experimentais e de produção de sementes.
O diretor regional da RiceTec para os países do Mercosul, Markus Ritter, observa que o Avaxi, em lavoura experimental de 3,75 hectares, chegou a produzir 13 mil quilos de grãos por hectare. O Tuno-CL é um híbrido tolerante ao herbicida Only, desenvolvido pela Basf e que elimina o arroz vermelho sem atingir a nova variedade da RiceTec. Em lavouras experimentais, o rendimento do Tuno- CL atingiu a marca de 10,5 mil quilos de grãos por hectare.
Falou e disse
"A RiceTec está há oito anos no Brasil e tem sua base de pesquisa nos Estados Unidos. O trabalho é desenvolvido no sentido de apresentar tecnologia para dar maior qualidade e produtividade às lavouras."
Markus Ritter, diretor regional da RiceTec para os paÌses do Mercosul
Mapa de trabalho
A RiceTec também está trabalhando na pesquisa de arroz híbrido em Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Uruguai e Argentina. Segundo Renato Luzzardi, gerente técnico da RiceTec, o Avaxi é um híbrido resultante de cruzamentos naturais feitos nos laboratórios. Tecnicamente, o cruzamento que resulta o híbrido é chamado de heterose. A vantagem da hibridação está no processo de combinar características e benefícios encontrados em duas linhas parentais que foram cruzadas. Para produzir um híbrido é preciso identificar plantas do sexo masculino e do feminino e plantá- las intercaladamente para buscar as características de cada uma em um único grão. A tecnologia de hibridação é conhecida principalmente em cultivos de milho e nada tem a ver com sementes transgênicas.
As vantagens dos híbridos da RiceTec
• Alto potencial de rendimento do Avaxi, atingindo o volume de aproximadamente 13 mil quilos de arroz por hectare.
• Maior perfilhamento, permitindo baixa densidade de semeadura. Experimentos mostram que 60 quilos de semente de Avaxi garantem melhores resultados que a semeadura de 185 quilos de variedades convencionais em área de mesma dimensão.
• Boa formação de raízes, proporcionando uma maior resistência ao acamamento, inclusive no sistema pré-germinado.
• O Avaxi tem um ciclo de 115 dias e apresenta boa resistência a doenças como brusone, mancha parda e mancha estreita.
• Tuno-CL é o arroz híbrido associado ao sistema Clearfield.
• O Tuno-CL chega a 10,5 mil quilos de grãos por hectare cultivados em áreas infestadas com o arroz vermelho.
• A semente para o sistema Clearfield resiste à aplicação do defensivo que elimina o arroz vermelho, o Only, da Basf, sem afetar os resultados de produção do cereal produzido comercialmente.
Fonte: RiceTec
Projeto 10 com um pé no horizonte
Há um novo horizonte de produtividade nas lavouras arrozeiras do extremo sul do Brasil. Três anos depois de dar início ao programa de alta produtividade denominado Projeto 10, em Dom Pedrito, as lavouras da metade sul gaúcha começam a superar a meta de produtividade de 10 toneladas de arroz por hectare e bateram, na safra que se encerra, em um teto de até 12 mil quilos por hectare em lavouras comerciais com até 100 hectares.
O censo do Irga de 2001 apontava média pouco maior que 5,2 toneladas por hectare no Rio Grande do Sul. Não há como desconsiderar o impacto produtivo da aplicação de alta tecnologia na orizicultura do Rio Grande do Sul. Há quatro ou cinco anos, a lavoura riograndense considerava excepcional uma produtividade média acima de 6,8 toneladas por hectare. Hoje, é um resultado corriqueiro nas lavouras que melhoraram o manejo. O Projeto 10 é uma proposta de ações político-setoriais e tecnológicas que levem a lavoura gaúcha a produzir, em média, 6,2 mil quilos por hectare, mesmo com efeitos do clima. Veja no quadro a evolução da experiência de Dom Pedrito.