Arroz paraguaio rende divisas: exportações superam US$ 440 milhões em 2024

 Arroz paraguaio rende divisas: exportações superam US$ 440 milhões em 2024

Governo e entidades paraguaias estão trabalhando na abertura de novos mercados

(Por Planeta Arroz, com agências) A produção de arroz no Paraguai continua crescendo, consolidando a posição do país como um player-chave no Cone Sul. De acordo com o recente relatório “Perspectivas Globais e Regionais do Arroz 2025”, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG), o cultivo cresceu 75% na última década, atingindo 210.000 hectares na safra 2024/25, com produtividade média entre 5.500 e 6.500 quilos por hectare.

Inicialmente destinado principalmente ao consumo interno, o arroz tornou-se uma exportação estratégica. Em 2024, o Paraguai exportará 56% de sua produção total para o mercado externo, gerando uma receita de US$ 440,8 milhões, o que representa 4% das exportações do país. Entre janeiro e maio de 2025, as vendas atingiram 520.000 toneladas, avaliadas em US$ 200,8 milhões, confirmando o dinamismo do setor.

O relatório detalha que, em 2024, o Paraguai exportou arroz para 33 países, embora a maior parte do volume tenha ido para o Brasil, com 78% do mercado (601.579 toneladas), seguido pelo Chile, com 12,5%. Em menor escala, também foram registrados embarques para Costa Rica, Peru, Israel, Argentina e mercados africanos.

O preço FOB médio foi de US$ 573 por tonelada, embora com diferenças significativas dependendo do destino: enquanto o Peru pagou até US$ 750 por tonelada, em mercados como o Senegal, os preços mal ultrapassaram US$ 330. A diversidade de preços reflete a capacidade do Paraguai de abastecer tanto mercados premium quanto compradores mais sensíveis a custos.

Em nível regional, o Mercosul produziu 10,7 milhões de toneladas na safra 2023/24, o equivalente a 2% da produção global. O Brasil lidera com 67% do total, seguido por Paraguai, Argentina e Uruguai, cada um com participações próximas a 10%.

Da produção total do bloco, 25% foram destinados ao comércio internacional, o equivalente a 5% das exportações globais de arroz. Embora esse número pareça modesto em comparação com gigantes como Índia ou Vietnã, o Cone Sul se consolidou como um fornecedor confiável e competitivo, especialmente para os mercados das Américas.

O estudo da MAG alerta que o mercado internacional de arroz continua relativamente pequeno: menos de 12% da produção global é vendida fora dos países produtores. A Índia domina as exportações com 41%, seguida pelo Vietnã (13%) e Tailândia (11%), enquanto as Filipinas são o maior importador mundial, com 10% do total.

Em termos de preços, 2024 marcou um recorde na última década, com preços atingindo US$ 588 por tonelada na Tailândia. No entanto, a tendência se inverteu em 2025: em maio, o arroz atingiu US$ 282 por tonelada na Bolsa de Chicago, uma queda de 28% em relação ao ano anterior. Essa volatilidade está forçando os países exportadores, incluindo o Paraguai, a diversificar mercados e fortalecer acordos comerciais.

O relatório também destaca avanços tecnológicos na Ásia que podem transformar a produção global. A Índia, por exemplo, lançou variedades de arroz com genoma editado que prometem aumentar a produtividade em 19% e reduzir as emissões em 20%. Enquanto isso, a Tailândia está promovendo programas de arroz sustentável com reduções significativas de custos e melhorias ambientais.

Embora essas inovações ainda não tenham chegado ao Cone Sul, a tendência indica que a competitividade futura será determinada não apenas pelo volume e preço, mas também pela capacidade de produzir de forma sustentável.

O arroz paraguaio deixou de ser uma cultura secundária e agora está se destacando no agronegócio. Com a expansão da área plantada, produtividade estável e exportações em alta, o país se consolida como um fornecedor estratégico na região.

O desafio será manter a competitividade diante da volatilidade internacional e, ao mesmo tempo, explorar práticas sustentáveis ​​que diferenciem a produção paraguaia em um mercado global cada vez mais exigente.

1 Comentário

  • Acho que com esses preços mundiais eles também irão reduzir área cultivada! Pelo menos deveriam pq o prejuizo será enorme ano que vem!!!

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