Arroz preto começa a ganhar mercado no Estado de São Paulo

Produto é vendido principalmente para restaurantes finos e custa até 30 vezes mais caro.

O cultivo de arroz preto no Estado de São Paulo terá em dezembro a sua segunda colheita, estimada em cerca de 200 toneladas.

Por enquanto, o alimento é plantado apenas em Pindamonhangaba e pelo rizicultor José Francisco Ruzene, 41 anos, que há 25 anos tem plantação de arroz convencional.

De acordo com ele, a primeira safra, colhida em março, rendeu aproximadamente 60 toneladas.

Em setembro, ele inicia o plantio da segunda safra, que agora vai ocupar 100 hectares de área total.

Segundo o produtor, a motivação para aumentar o plantio veio da boa repercussão que o arroz preto teve.

“Superou as expectativas, mas está sendo difícil, pois é um produto que o pessoal não conhece”, disse.

Entre os compradores estão restaurantes finos e chefes de cozinha, principalmente das regiões de Campos do Jordão e Grande São Paulo.

O principal atrativo para o produtor é a lucratividade, já que o quilo do arroz preto custa entre R$ 18 e R$ 20 no varejo, enquanto o arroz convencional (tipo 1), custa em média R$ 0,80, uma diferença considerável.

Variedade é mais protéica
A coloração do arroz preto, segundo o produtor José Franciso Ruzene, deve-se à película que reveste o grão.

Pelas propriedades, o produto assemelha-se ao arroz integral tradicional.

“As pesquisas mostraram que o arroz preto tem 30% mais fibras e 20% mais proteínas que o arroz integral”, afirmou Ruzene.

O arroz que ele plantou é da variedade IAC 600, desenvolvida por pesquisadores do IAC (Instituto Agronômico) e foi lançada no início deste ano.

A média de produtividade por hectare é de duas toneladas, enquanto a lavoura de arroz convencional produz em média oito toneladas por hectare.

De acordo com Ruzene, o custo na manutenção da lavoura de arroz preto chega a ser 70% maior.

A implantação também requer uma máquina colheitadeira específica para armazenar o arroz preto.

EUA cultivam sementes
O arroz preto já é exportado para os Estados Unidos, apesar de recente no Estado de São Paulo.

Segundo informou o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), que desenvolveu a variedade IAC 600, as sementes já são cultivadas em cinco hectares no Texas.

O cultivo da variedade em solo americano faz parte de um acordo de cooperação técnica assinado pelo IAC com a Texas Rice Improvement Association, associação norte-americana que produz sementes de arroz e mantém parceria com a Universidade do Texas.

O IAC (Instituto Agronômico) distribui sementes de arroz preto para os produtores interessados em cultivar o produto.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter