Arroz sob pivô central em rotação com outras culturas na Tecnoshow Comigo
(Embrapa Arroz e Feijão, GO) Gerar valor para o agricultor por meio do cultivo do arroz de terras altas, em rotação com o feijão e outras culturas, em áreas de pivô central, nos estados de Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal. Esse foi o objetivo da reunião técnica coordenada na última quarta-feira (29) pela Embrapa Arroz e Feijão, na 20a. edição da feira agropecuária Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO). Trata-se de uma solução inovadora em apoio à intensificação sustentável a sistemas produção.
Durante o encontro, que contou com a participação de mais de 100 pessoas, entre agricultores, produtores de sementes, consultores técnicos, representantes de indústrias e autoridades políticas, foi debatido o potencial do arroz de terras altas para melhorar a saúde dos solos e a sanidade de sistemas de rotação de cultivos com outras culturas de grãos (feijão, soja e milho).
Os produtores Eduardo Maenaka, da Fazenda Santa Fé, de Santa Helena de Goiás/GO, e William Matté, da Fazenda Alvorada, do PAD/DF, Distrito Federal, apresentaram casos de benefícios do arroz em rotação de culturas para controle de fungos de solo, quebra do ciclo de pragas e de doenças; e para a melhoria do sistema de produção com retorno financeiro das atividades agrícolas.
Na ocasião, pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão discutiram cultivares com genética superior para o cultivo, assim como cuidados relacionados ao manejo do grão em sistemas integrados de produção, com a participação do consultor Ricardo Aparecido (Marambaia Sementes). Ao final do evento, foi conduzida uma dinâmica que debateu atributos culinários e de qualidade de grãos de arroz, assim como houve a degustação de iguarias preparadas à base de arroz e de feijão.
Para Elcio Guimarães, chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, a inserção do arroz de terras altas em rotação com outras culturas é uma perspectiva promissora. “A nossa visão, embora sejamos um centro de arroz e feijão, é de olhar o sistema de produção como um todo. Para nós, não importa apenas se o arroz e se o feijão estão produzindo bem, o que importa é que o sistema onde o arroz e o feijão se encontram seja um sistema produtivo sustentável e, claro, que traga rentabilidade ao produtor”, pontuou Elcio. Ele considerou ainda que o evento foi uma oportunidade para debater casos de sucesso com o arroz e o feijão e para ajudar a manter uma relação estreita e de retroalimentação com os segmentos produtivos para captação de demandas de pesquisa.
João Carlos Alves, vice-presidente da Associação Brasileira de Feijões e Legumes Secos (Abrafe), considerou que a iniciativa de inserir o arroz de terras altas sob pivô central em rotação com feijão e outras culturas é uma oportunidade. Apoiador do evento e conhecedor das tecnologias da Embrapa, ele destacou o papel de duas cultivares que podem contribuir para a integração do arroz e do feijão em sistemas de produção.
Ele citou, durante às boas vindas na abertura da reunião técnica, a BRS A502 (arroz de terras altas) e a BRS FC415 (feijão carioca) como dois materiais bastante atuais. No término de seu discurso, ele dirigiu aos participantes uma exortação ao trabalho que vem sendo realizado. “Nós temos a energia que move a vida que é o alimento. Portanto, parabéns aos senhores que produzem, parabéns aos pesquisadores e todos aqueles da Embrapa Arroz e Feijão”, disse João Carlos Alves.
A reunião técnica coordenada pela Embrapa Arroz e Feijão contou com participações de Leonardo Sarkis, representando a gerência de pesquisa da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), e Tiago Mendonça, produtor rural e Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás. Este chamou a atenção para o momento gerado pelo encontro para a troca de experiências e compartilhamento do conhecimento. “Nós, produtores, temos que entender e saber como produzir mais, porque é isso que vai nos sustentar no negócio”, afirmou Tiago Mendonça em pronunciamento aos participantes do evento.