Arroz tem maior queda de preços em 16 anos após Índia retirar restrições à exportação
(Por Planeta Arroz) Os preços do arroz na Ásia apresentaram a sua maior queda em 16 anos, à medida que as preocupações com a oferta diminuíram depois que a Índia relaxou algumas restrições à exportação no último final de semana.
O arroz branco tailandês com 5% de quebrados – uma referência asiática – caiu 11% para US$ 509 a tonelada na quarta-feira (2 de outubro), de acordo com a Thai Rice Exporters Association (TREA). Este, segundo apurou a Bloomberg, foi o maior declínio em dados compilados desde maio de 2008, e estendeu uma queda prolongada nos preços para o menor nível em mais de 15 meses.
O arroz recuperou as altas cotações globais no ano passado, depois que o maior exportador, a Índia, implementou restrições de exportação para conter os preços locais antes de uma eleição geral. Mas, frente ao aumento produtivo e dos estoques, e com 95% das eleições já concretizadas, a nação asiática afrouxou algumas restrições, uma medida que pode ajudar a aliviar o excesso doméstico, a expectativa de um nó logístico e indisponibilidade de armazéns, e cortar custos de importação para países como Indonésia e Senegal.
O grão é vital para as dietas de bilhões de pessoas e contribui com até 60% da ingestão total de calorias para pessoas em partes do Sudeste Asiático e da África. Enquanto o preço do arroz esfriou, os custos de outros alimentos básicos estão aumentando, pois o clima extremo ameaça as colheitas ao redor do mundo. O Vietnã, Myanmar, Paquistão e outros países exportadores da Ásia acompanharam a queda de preços na Tailândia, ao passo em que os importadores se posicionaram em compasso de espera, uma vez que acreditam em quedas ainda mais substanciais nos preços mundiais.
A queda vertiginosa nas cotações orientais ainda não afetam as cotações do arroz no Brasil, mas são vistas com grande preocupação, uma vez que devem pressionar as cotações internacionais e isso afetará tanto os EUA quanto o Mercosul. O aumento significativo da área no Mercosul e nas Américas e a ótima safra de arroz dos Estados Unidos, bem como a balança comercial deficitária do Brasil, fortalecem a expectativa de uma colheita com maiores volumes de grão, mas provavelmente com preços do arroz mais baixos. (Com Agências)