Arroz tipo exportação

 Arroz tipo exportação

Pesquisadores gaúchos correm atrás de um novo tipo de agulhinha para os orientais

Mercado chinês vai se abrir nos próximos anos

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O arroz japônico foi introduzido no Brasil há alguns anos para atender às colônias asiáticas do São Paulo, do Paran á e algumas outras regiões específicas do Brasil.

Com a globalização e a necessidade de diversificar a produção p ara atender a mercados eme rgentes e disparos, o foco mudou. As tendências do mercado mundial apontam para novo se interessantes horizontes, como a exportação deste produto para o mercado chinês dentro de alguns anos.

“Hoje o arrozeiro está introduzindo variedades japônicas com um olho na lavoura e outro nos tigres asiáticos", afirma o melhorista da Embrapa Terras Baixas, Arlei Terres. Segundo ele, o mercado começa a apontar para uma inversão do fluxo de arroz na China. “De grande exportador a China passará a grande importador em alguns anos. Só que nós temos que estar preparados, pois eles sempre darão pre ferência às variedades japô nicas", explicou Terres.

A pesar deste movimento ma s intenso na pesquisa, entre produtores e indústria, a prod ução de arroz japônico não é nenhuma novidade. Terres lembra que entre 1905 e 1959 existiam dois tipos básicos de arroz: o grão curto (japônico típico) e grão médio (japônico oblongo). Depois de 59 é que começaram a surgir outras variedades, as americanas, com grãos médios e longos, que ganharam o mercado. Mesmo assim, muitos produtores mantiveram áreas com variedades japônicas, principalmente para consumo próprio.

No Rio Grande do Sul é muito comum os produtores manterem um ou dois hectares de variedades japônicas para consumir na forma de arroz-de-carreteiro ou arroz com galinha. "É um arroz mais saboroso e pegajoso, emplastado, e tem a preferência de muita gente”, afirma o melhorista da Embrapa, Arlei Terres. Além da tradição gaúcha e da alternativa de mercado, a ciência também conspira a favor da volta das variedades japônicas. “Percebi que o grão curto está mais adaptado ao frio e tem produtividade similar e retomei os estudos para adequá-los à Região Sul”, explicou Terres. “O que estamos fazendo é preparar alternativas ao agulhinha, que concorre diretamente com a Argentina, o Uruguai e o Centro-Oeste”, afirma.

 

MERCADO

No Brasil existem cerca de 3.500.000 consumidores do arroz japônico. Este produto costuma ser importado da Tailândia, da Itália, da Austrália e da Coréia do Sul. Um saco de arroz japônico, dependendo do momento do mercado, alcança preços equivalentes a algo entre 1,2 a 2 sacos de agulhinhas convencional.

FALOU & DISSE
O melhorista da Embrapa Terras Baixas, Arlei Terres, explica que nenhum produtor deve adquirir as sementes e implantar a cultura de variedades japônicas sem antes assegurar mercado. "Primeiro ele precisa se informar com uma indústria e deixar acordada a compra. Só então deve plantar. Temos muitos casos de gente que plantou e, na hora de vender, os enge­ nhos não tinham interesse em comprar", explicou.

Questão básica
Porque o foco da produção de arroz japônico no Rio Grande do Sul é a China?
Quem responde é Arlei Terres, da Embrapa: “Estamos nos preparando para atender o mercado no dia em que a China entrar comprando arroz. Quem produzir as variedades que interessam aos chineses vai ganhar dinheiro”, assegurou. Segundo ele, por isso é importante que alguns produtores já estejam trabalhando ou introduzindo as variedades em pequenas áreas de suas lavouras, para se adaptarem ao manejo.

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