Arrozeiros da fronteira gaúcha vão monitorar arroz do Mercosul

O monitoramento do ingresso de arroz beneficiado e esbramado da Argentina e do Uruguai é uma das primeiras formas de pressão na estratégia gaúcha para assegurar um volume adequado de importações para o segundo semestre.

Os produtores dos sindicatos e associações de arrozeiros da fronteira do Brasil deverão começar, nos próximos dias, um acompanhamento do fluxo de cargas de arroz do Mercosul nas fronteiras gaúchas. Inicialmente, apenas pretendem contabilizar os volumes e checar os valores das notas e o destino. Se os volumes de produto do Mercosul forem considerados abusivos, não estão descartados bloqueios e protestos.

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) estão empenhadas em evitar que um volume de arroz esbramado e beneficiado da Argentina e do Uruguai muito acima do previsto entre no mercado brasileiro.

Segundo os arrozeiros, os excedentes do Mercosul que estão ingressando no Brasil de maneira desregrada são responsáveis pelo achatamento dos preços nos últimos 60 dias. Como ainda restariam mais de 60% dos estoques para ingressar no Brasil, a situação poderá se agravar ainda mais.

O vice-presidente da Federarroz para a Zona Sul, Juarez Petry, destaca que a única forma de evitar o aviltamento de preços e uma situação ainda mais grave para a próxima safra é começar a estabelecer limites desde já para o ingresso de arroz do Mercosul.

“Temos a previsão de uma boa safra brasileira para 2004/2005 e sabemos que Uruguai e Argentina manterão ou vão aumentar área. Queremos que os produtores destes países se preocupem ou em aumentar o consumo deles, que é de nove quilos de arroz per capita/ano, ou encontrem outros mercados para o arroz que produzem. O Brasil, neste acordo do Mercosul, não pode entrar com a barriga e os prejuízos dos arrozeiros e o Uruguai e a Argentina com volumes absurdos de excedentes internalizados em nosso país”, frisou Petry.

Para o vice-presidente da Federarroz, o problema dos excedentes do Mercosul deve ser resolvido por quem os tem. “Se eles têm arroz sobrando, vão achar onde colocar fora do Brasil. Nós aqui estamos fazendo um esforço sobre-humano para exportar 25 mil toneladas e eles falando em internalizar aqui mais de um milhão é extremamente injusto”, acrescentou.

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