Arrozeiros dizem não ao produto do Mercosul

Protesto na Zona Sul gaúcha fechou o porto seco de Jaguarão para a entrada de arroz do Uruguai.

Os arrozeiros de Jaguarão e Arroio Grande se uniram ao protesto que fechou os principais pontos de entrada do arroz vindo do Uruguai (Aceguá) e Argentina (São Borja e Itaqui), nesta quarta-feira 20. Às 14h, eles fecharam o portão de acesso ao porto seco, no município de Jaguarão, e evitaram a entrada de caminhões que transportavam o produto uruguaio. O movimento, que durou três horas e meia, foi pacífico e reivindicatório.

O coordenador do núcleo sul da Federarroz, Ricardo Gonçalves, explica que a preocupação está na próxima safra, por isso os produtores pedem a definição de mecanismos de comercialização para garantir o preço em 2005. “Estamos na entressafra com o preço em torno de R$ 26,00 e R$ 27,00, quando o custo de produção é de R$ 30,00, imagina quando começar a entrar arroz no mercado.” O preço ideal da saca fica entre R$ 30,00 e R$ 33,00. A informação dos produtores é de que ainda há em torno de 300 mil toneladas de arroz uruguaio para entrar no país.

Na manhã de sábado, os arrozeiros se reúnem em Dom Pedrito, quando serão definidos os novos rumos do movimento. O presidente da Federarroz, Válter Potter, está em Brasília e deve se reunir com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para apresentar as reivindicações dos gaúchos.

A ação na fronteira jaguarense conseguiu mobilizar mais de 200 produtores de 18 municípios, de Barra do Ribeiro ao Chuí. Três caminhões com faixas contendo frases como “Importação de arroz subsidiado prejudica o produtor gaúcho”, “Brasil auto-suficiente na produção, governo insiste na importação” e “Nossa luta: preço entressafra 27,00 custo produção 30,00. Prejuízo na safra não” bloquearam o portão de entrada do porto seco. Na BR-116 se formou uma pequena fila. Alguns caminhoneiros preferiram estacionar junto a posto de gasolina próximo ao local.

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