Arrozeiros gaúchos querem enxugar 50% do mercado

A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul traçou uma estratégia de enxugamento do mercado no primeiro semestre deste ano, para evitar aviltamento de preços no pico de safra. A idéia é manter os preços da saca de 50 quilos acima de R$ 35,00.

Prevendo colher entre 5,7 e 5,9 milhões de toneladas de arroz nesta safra, a cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul está se organizando com o objetivo de reduzir ao máximo o risco de haver uma superoferta de produto no primeiro semestre do ano, o que repercutiria no achatamento de preços.

O diretor-comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz, Rubens Silveira, afirma que não há razões para a saca de 50 quilos de arroz baixar de R$ 35,00 no pico de safra. Segundo ele, os arrozeiros estão mais maduros e conscientes, sabendo que não podem superofertar o produto. Mesmo assim, ele aconselha a buscar uma boa média de preços, com vendas graduais.

Para reduzir a oferta de arroz em casca no primeiro semestre, os arrozeiros já conseguiram uma vitória no vencimento alongado do custeio da lavoura pelo Banco do Brasil, que desde a safra passada ocorre em cinco parcelas iguais de julho a novembro. Este mecanismo, que injetou R$ 483 milhões na lavoura gaúcha em 2003, deve representar 1 milhão de toneladas de arroz fora do mercado no primeiro semestre do ano.

Afora isso, o Irga e a cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul apostam na viabilidade do contrato de opção privado, que deverá tirar do mercado mais um milhão de toneladas de arroz em casca no primeiro semestre. Se conseguir os R$ 250 milhões que pede para o Ministério da Agricultura e Abastecimento na forma de Empréstimos do Governo Federal (EGF), os gaúchos imaginam que ao menos 600 mil toneladas serão represadas.

Com o pedido de mais R$ 100 milhões para a Linha Especial de Comercialização (LEC), cerca de 250 mil toneladas ficariam fora do mercado. Afora isso, há a aposta de que o Governo Federal compre 500 mil toneladas de arroz para formar estoques e garantir as cestas básicas para o Programa Fome Zero.

Se depender dos pleitos dos arrozeiros gaúchos, 3,35 milhões de toneladas do produto estarão fora do mercado no primeiro semestre. Isto representa a metade da safra, se for confirmada a projeção mínima do Rio Grande do Sul colher 5,7 milhões de toneladas.

O diretor-comercial do Irga, Rubens Silveira, explica que não se deve contar com o atendimento de todas as reivindicações pelo Governo Federal, mas que este enxugamento pleiteado garantiria preços adequados à produção nacional. A expectativa do setor é de garantir mecanismos para enxugar perto de 2,6 milhões de toneladas.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter