Arrozeiros gaúchos suspendem protesto contra importações

Protesto contra a entrada dos excedentes de produção de arroz do Uruguai e Argentina foi suspenso nesta quarta-feira 20. Os produtores entraram com uma ação na Justiça Federal.

A constatação de que a balança da aduana integrada de Aceguá, na fronteira do Brasil com o Uruguai, está estragada há mais de três anos motivou uma ação na Justiça Federal e suspendeu, por hora, o protesto dos arrozeiros.

Eles acreditam que, sem fiscalização, cada carreta com o grão vinda do país vizinho esteja ingressando no Brasil com uma carga 25% maior do que consta na nota. Na semana passada, seis carregamentos uruguaios foram flagrados na Polícia Rodoviária Federal de Bagé com excesso de peso. Nesta safra, pelo menos 500 mil toneladas já teriam ingressado no país vindas da Argentina e do Uruguai.

Por 32 horas, dezenas de produtores impediram o acesso ao Brasil de caminhões vindos do Uruguai carregados com o grão, estendendo sacas do produto na rodovia.

A categoria reclama do baixo preço pago pelo mercado. Segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros de Bagé, Ricardo Zago, a saca de 50 quilos está sendo comercializada a no máximo R$ 26, enquanto o custo de produção alcança R$ 30. Do outro lado da fronteira, a importação de insumos é permitida, reduzindo o custos.

Os arrozeiros cobram uma posição do governo federal, já que desde o ano passado o Brasil é auto-suficiente no setor, colhendo nas lavouras 12,7 milhões de toneladas – metade no Rio Grande do Sul.

– Se o governo não der um basta nas importações, vai começar uma quebradeira no mercado orizícola do país – avalia Zago.

O advogado da entidade bageense, Luís Antônio Bulcão Sobrinho, ingressou na Justiça Federal de Bagé pedindo a suspensão da entrada do grão uruguaio por Aceguá. A Justiça deve se manifestar hoje.

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