Arrozeiros gaúchos vão ao presidente Lula buscar apoio

Setor se mobiliza para garantir recursos que supram as perdas provocadas por danos climáticos.

A cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul cansou de esperar pela decisão interministerial para a liberação de recursos que cubram as perdas nas lavouras provocadas pelo fenômeno climático “El Niño”, em 2009. Deputados e senadores do estado começaram ontem a mobilização para obter uma audiência para o setor diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde serão novamente pleiteados os recursos e exposta a situação de inviabilidade produtiva de alguns agricultores. “Tem gente que perdeu tudo, lavouras de 600 hectares destruídas, uma área que produziria arroz para alimentar 60 mil pessoas durante um ano”, frisa Renato Rocha, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul.

O resultado da catástrofe climática foi a perda superior a um milhão de toneladas de arroz no estado, o maior produtor brasileiro, com cerca de 62% da safra anual. Uma força tarefa gaúcha será levada para a audiência, com deputados federais, estaduais, senadores, representantes do governo gaúcho, prefeitos das regiões atingidas, entidades setoriais e produtores. “O momento é de mobilização, pois estamos há cinco meses negociando com o governo federal, participando de reuniões e não há nenhum resultado concreto, só algumas promessas vagas. Para esses produtores que foram atingidos, essa é uma situação de calamidade, que não pode ser tratada com descaso”, reage Renato Rocha.

Os produtores estão solicitando recursos emergenciais a fundo perdido, carência nos pagamentos, alongamento dos custeios agrícola e de comercialização, e linhas especiais de financiamento para a infraestrutura das lavouras. O presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Lineu Schardong, chegou a considerar a inércia do governo federal com relação a esse caso um “deboche” para com a cadeia produtiva. Para Renato Rocha, presidente da Federarroz, de pouco adianta os contatos com os ministérios. “Já fizemos mais de 10 reuniões com ministros e técnicos, sem que isso seja revertido em resultado prático. Agora vamos ao presidente para ver se ele resolve”. A expectativa dos arrozeiros é de que a audiência aconteça ainda em maio, embora considerem a dificuldade de espaço na agenda presidencial. “O presidente sabe que esse caso é urgente e vai se sensibilizar, tenho certeza”, destacou Rocha.

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