Arrozeiros mantém bloqueios, apesar da proibição
Novas ações do Procurador da União pede que a Justiça determine a proibição dos bloqueios.
Descumprindo uma ordem judicial, arrozeiros da zona Sul do Estado voltaram a bloquear ontem a BR-116, nos municípios de Camaquã e de Pelotas. No final da tarde, a Justiça determinou à Polícia Rodoviária Federal e à Brigada Militar que retirassem os manifestantes e as máquinas agrícolas da rodovia, mas a estrada foi liberada antes da intervenção policial.
– Quero que eles saiam não só da pista, mas também do acostamento. Não preciso avisar ninguém que não se pode obstruir uma estrada – disse o juiz Adriano Oliveira, da 2ª Vara Federal de Pelotas.
Desde segunda-feira, uma liminar do magistrado proíbe a ocupação da rodovia em um trecho de 250 quilômetros, de Camaquã a Jaguarão, mas os manifestantes alegam não terem sido notificados. Em caso de desobediência, o juiz determinou o pagamento de uma multa de R$ 1 mil por produtor.
Decisão semelhante, ordenando o desbloqueio da BR-471 entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar foi tomada ontem à tarde, pela 2ª Vara Federal de Rio Grande. O juiz Rodrigo Becker Pinto permitiu que os protestos de produtores de arroz sejam mantidos às margens da rodovia, fora do acostamento e, no máximo, em três pontos previamente sinalizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Novas ações em Bagé e Livramento
O procurador da União Fábio Porto, autor dos pedidos de liberação das rodovias, ainda ingressou com ações semelhantes na Justiça Federal de Bagé – onde os produtores admitiram abandonar a estratégia de bloqueios – e de Santana do Livramento.
Ontem, as rodovias do Estado foram bloqueadas em 18 pontos pelos produtores, que buscam chamar a atenção para a crise do setor. Em São Sepé, os arrozeiros bloquearam a BR-392 em frente ao Parque de Exposição Francisco Simões Pires e distribuíram panfletos aos motoristas. A mobilização durou 20 minutos e teve a participação de caminhoneiros, comerciantes e funcionários municipais.
