Arrozeiros mobilizados para leilões

Gaúchos estarão concentrados hoje para monitorar pregões de contrato de opção de venda .

O leilão de contratos de opção de venda de arroz da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve ser acompanhado de perto hoje pelos arrozeiros gaúchos. Às 9h, quando o pregão começar, os produtores estarão concentrados nas bolsas de mercadorias, para monitorar o andamento do processo.

A idéia é evitar ágio grande no prêmio, que é o valor pago pelo contrato, para que o produtor receba mais pela saca. O ágio ocorre se há mais interessados do que contratos ofertados.

– Estaremos lá para negociar a desistência do interesse de alguns se for o caso, para não elevarmos muito o ágio – afirma Valter Pötter, presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

Contrariando a opinião da Federarroz, o superintendente da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) de Porto Alegre, Wilson Riva, afirma que a presença dos agricultores é inócua do ponto de vista do mercado, já que, segundo ele, as ordens de aquisição são dadas antes do pregão.

As três bolsas cujos corretores associados vão operar no leilão – além da BBM, participam a Bolsa de Mercadorias e Futuros de Pelotas (BM&F) e a Bolsa Internacional de Mercadorias de Uruguaiana (Bimu) – confirmam que, nos últimos dias, as consultas de produtores e indústrias interessadas nos pregões foram grandes.

– Tanto o leilão de contratos públicos quanto o de privados estão com procura muito boa. No caso do público, acho que vão ser vendidos todos os contratos e ainda haverá ágio. No privado, não devem ser vendidos 100% – arrisca Riva.

Serão leiloadas

124 mil toneladas

O leilão de contratos de opção privados inicia logo após o de públicos. Cada um vai ofertar 2.296 contratos de opção de venda de 27 toneladas, envolvendo 124 mil toneladas de arroz gaúcho. As operações com vencimento para setembro garantem, mas não obrigam, a venda da saca de arroz por R$ 24.

De acordo com a BBM, outros leilões do mesmo tipo serão realizados semanalmente.

Como funciona

Leilões de contratos de opção públicos

– Produtor ou cooperativa fazem contato com corretores e informam intenção de adquirir no máximo contratos de opção de venda de arroz. Cada um pode comprar no máximo 20 contratos (540 toneladas ou 10,8 mil sacas de 50 quilos).

– Cada contrato dá o direito de vender para a Conab 27 toneladas de arroz (540 sacas), pelo preço de R$ 24 com entrega do produto entre 15 e 30 de setembro e pagamento entre 1º e 15 de outubro.

– No leilão, são ofertados 2.296 contratos para produtores gaúchos. O preço para adquirir cada contrato (prêmio) é de R$ 64,80 (R$ 0,12 por saca). Caso haja mais interessados nos contratos do que a oferta, este preço aumenta (ágio).

– Com o contrato de opção na mão, o produtor ainda pode desistir de vender para a Conab até o dia de vencimento, em 15 de setembro. Isso ocorre se o produtor ou cooperativa obtêm preços mais em conta no mercado.

Leilões de contratos de opção privado

– As indústrias, por meio de corretores, disputam o direito de lançar 2.296 contratos de opção nos mesmos moldes que os públicos, com a diferença de que recebem R$ 3 de subvenção do governo por contrato.

– Se a procura das indústrias for maior do que a oferta de contratos, o valor mínimo de R$ 64,80 pago pelos disputantes por cada contrato aumenta (ágio), enquanto a subvenção de R$ 3 reduz até oferta e procura se equilibrarem.

Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias

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