Arrozeiros preparam novas manifestações

Os produtores temem que a falta de uma política agrícola do governo possa levar o setor ao endividamento.

A Federarroz promove uma assembléia geral neste sábado, às 10h, no Sindicato Rural de Santa Maria (RS). O presidente da federação, Valter José Pötter, antecipa que um dos assuntos que será tratado é uma nova manifestação para pressionar o Governo Federal a tomar medidas para impedir a entrada de arroz da Argentina e do Uruguai no país. Os produtores temem que a falta de uma política agrícola do governo possa levar o setor ao endividamento.

– Outra situação preocupante é o baixo preço. Estão pagando R$ 22,00 ou R$ 23,00 por um saco de arroz que tem custo de produção de R$ 29,00. Enquanto isso, o arroz estrangeiro entra no estado sem controle, salienta Pötter.

Em Quaraí, Itaqui e Santa Vitória do Palmar, a Federarroz já fez denúncias ao Ministério Público sobre a falta de controle na importação do arroz da Argentina e Uruguai, mas ainda não teve resposta. Pötter explica que nestas cidades faltam balanças para que seja feito o controle do cereal que entra no Rio Grande dop Sul. “A maioria dos caminhões excede o peso que consta na nota”, lamentou.

Os arrozeiros também esperam que o senador Sérgio Zambiasi, membro da Comissão Mista do Mercosul no Congresso, agende audiência pública em Brasília para mostrar a crise ao governo. Outra reclamação dos arrozeiros é quando a venda do arroz no mercado varejista. “O arroz sai de Dom Pedrito para as gôndolas dos supermercados do Rio de Janeiro a R$ 1,10 o quilo. Lá é vendido a R$ 2,00”, comparou.

No mês passado, os produtores bloquearam cargas de arroz uruguaio nas fronteiras de Quaraí, Itaqui, Jaguarão e Aceguá. Ações deste tipo, segundo Pötter, servem para alertar a população e para fazer uma denúncia pública do descuido que vem acontecendo no controle da entrada de arroz importado. Ele afirma que, pelas facilidades decorrentes dos acordos do Mercosul, as cargas de grãos passam pelas fronteiras fraudando ou até mesmo dispensando nota fiscal.

Potter acrescenta que, além disso, os subsídios e vantagens tributárias para o ingresso do grão beneficiado na Argentina e Uruguai acabam “derrubando” os orizicultores brasileiros.

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