Arrozeiros querem R$ 30,00 pelo arroz e iniciam mobilização setorial

Os produtores decidiram buscar o preço meta de R$ 30,00 pela saca de arroz em casca de 50 quilos, suspendendo as operações de venda abaixo destes patamares, que representam o custo de produção da saca.

Três temas foram aprovados em assembléia geral realizada em Cachoeira do Sul (RS) neste sábado pelos produtores de arroz do Rio Grande do Sul: eles decidiram suspender as vendas de arroz abaixo do custo de produção, comercializar o cereal em casca nas bolsas de mercadorias para compradores de todo o Brasil e dar início a uma mobilização política e setorial para pressionar o governo federal a implantar mecanismos de comercialização e socorro aos agricultores atingidos pelas enchentes na safra passada.

A assembléia geral da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) reuniu 250 lideranças do setor, de 30 municípios gaúchos. Os produtores decidiram buscar o preço meta de R$ 30,00 pela saca de arroz em casca de 50 quilos, suspendendo as operações de venda abaixo destes patamares, que representam o custo de produção da saca. Ao mesmo tempo, a Federarroz decidiu assinar um contrato com as bolsas de mercadorias para promover leilões de arroz em casca abertos a compradores de todo o Brasil, como forma de pulverizar a oferta e buscar novos referenciais de mercado, e de acordo com as regras estabelecidas pelo setor produtivo. “A concentração da oferta é um dos fatores de baixa de preços”, revela o presidente da Federarroz, Renato Rocha.

Como forma de pressionar o governo federal pela liberação de recursos emergenciais – pedidos desde novembro – em condições compatíveis com a capacidade de gerar garantias e de pagamento aos produtores atingidos por enchentes, e também para implementar os mecanismos de comercialização, a cadeia produtiva do arroz iniciará uma manifestação no próximo dia oito de julho. Cerca de 2 mil arrozeiros deverão marchar até Porto Alegre, onde participarão de uma audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa.

Além de expor as dificuldades, que já se tornam dramáticas para o segmento, com arroz sendo comercializado abaixo de R$ 25,00 em diversas praças, enquanto o preço mínimo de garantia do governo federal é de R$ 25,80, mas não está sendo operacionalizado, o setor promoverá uma reunião com outras cadeias produtivas como o milho, o trigo, o leite e a soja, e definirá uma agenda de manifestações e articulações políticas e setoriais conjuntas para cobrar ações eficientes do governo federal. Renato Rocha, presidente da Federarroz, explicou que o setor demanda a operacionalização dos leilões de contratos de opção, PEP – inclusive exportação – e Pepro para a sustentação de preços de comercialização.

Também é solicitada a liberação de recursos do Tesouro Nacional para assegurar o refinanciamento dos custeios e investimentos dos produtores que tiveram perdas com as enchentes. Pedem também a eliminação das garantias dos produtores no financiamento do Produsa, pois estes precisarão dar as garantias para obter os custeios de safra, bem como a elevação dos valores propostos para R$ 600 mil por arrozeiro, com rebate para o pagamento em dia. Além disso, o setor pede a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para 30%, para combater a entrada de arroz subsidiado de terceiros países para inchar o mercado interno brasileiro e baixar ainda mais os preços. “O governo tem os recursos, os meios, conhece as demandas há meses, mas só não tem demonstrado vontade de aplicar os recursos ou as medidas que lhe são solicitadas”, reclamou Renato Rocha.

8 Comentários

  • favor passar a frente

  • Estou de pleno acordo com os produtores, estou a 30 anos no ramo de venda e assistencia tecnica em maquinas de Seleção eletrônica, e sou bastante prejudicado, quando o produtor não é bem remunerado pelo seu produto.
    Parabens e todos………

    Alberto Silva –
    Representante da Granomak para o Rio Grande do Sul

  • Totalmente de acordo, sou representante comercial e quem ganha hoje é somente os supermercadistas, estes cada vez mais rico, não se consegue introdução se a industria não pagar o famoso enxoval, é brincadeira.
    Os produtores tambem tem que tomar cuidado com as marcas lideres de mercado, querem o produto a preços de banana e gastão horrores em comerciais, pagam verbas de contratos e vendem a preços de ouro seu Arroz.
    E os produtores tem que correr atrás de financiamentos.

  • Se a safra deste ano a ser plantada for boa, teremos ano que vem arroz sendo vendido aR$ 20,00 ou menos o saco…temos que tomar urgentemente algumas alternativas, sendo elas:
    – Diminuir ao maximo possivel arroz a deposito nas Industrias para a proxima safra.
    -Redução de area plantada , baixando do teto de 1 milhão de hectares plantados aqui no Sul.
    -Elevação da taxa de importação de entrada de arroz importado de fora do Mercosul (do Mercosul, com certeza o governo não vai aumentar a TEC)
    – Preços mais baixos na compra dos insumos, para baratear o custo de produção do arroz.

    Estas são alguma sujestões sugeridas, podendo haver outras, mas acho que o caminho e por ai,..senão..teremos um ano de 2011 trágico para o setor arrozeiro, e estou avisando com quase 1 ano de antecedência..quem viver…verá.

  • Produzir alimento neste país e insustentável para o produtor rural.

    O Agronegócio Brasileiro representa por 40% da estabilidade da balança comercial, no entanto não temos uma política agrícola sustentável.

    Os produtores de arroz estão declarando falência gradativamente, mas infelizmente somente os pequenos produtores e arrendatários irão sumir, sendo que estes representam 80% das áreas plantadas.

    O pequeno produtor vem se descapitalizando a cada ano, E VEJO QUE O CENÁRIO PARA OS PRODUTORES DE ARROZ É A INCAPACIDADE DE PAGAMENTO DO CUSTEIO DA SAFRA 2009/2010, CUSTEIOS ALONGADOS E INVESTIMENTOS, E AINDA DIVÍDAS JUNTO AOS FORNECEDORES.

    Declaro aqui a minha indignação junto as entidades e governo que deveriam olhar com mais atenção a esta questão.

  • Dá para continuar plantando com prejuízo, quem tiver condições tem de parar. Nenhum negócio que dá prejuízo vai para frente. Só vai distribuir miséria, desemprego. Infelizmente a maioria é arrendatário, está escravizado, se não plantar, o proprietário pede a terra. Vai viver de que, assim mesmo com prejuízo continuam, é questão de ter comida por mais uns dias até que tudo acabe e ai morrem de vez. Na realidade tudo isso requer uma longa analise da situação com possíveis soluções.

  • Penso que em breve o mercado deva começar a reagir, pois neste mesmo periodo no ano passado o preço estava em R$23,00 a R$25,00,se neste ano foi colhida uma safra 30% menor que a anterior e 20% que a media das ultimas 5 safras,é claro que isto pura exploração ou das industrias ou dos mercadistas, mas um produto que teve tanta quebra de produção tem de reagir.Vamos lutar pelo aumento da TEC,contratos de opção,renegociação para dividas ou a nossa atividade ficara mais inviavel do que esta.

  • Enquanto eles tiverem arroz para importar de outros paízes a menor preço, o arroz não vai subir, pois estão trazendo do Uruguy à U$$10 ou 18,00. Quando será que vão nos pagar R$30,00.Pode demorar e ai pode ser tarde para muitos produtores. E muitos ainda colocam o produto na mão da indústria.É como coloca o ouro na mão do bandido. Acorda Brasil!!!!!!!!

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