Arrozeiros rejeitam proposta do Governo

Produtores vão integrar caminhonaço para Brasília e decidiram pagar o custeio com arroz. A proposta do governo federal de pagar R$ 23,20 por saco de 50 quilos de arroz com 58% de inteiros foi rejeitada pelos 350 dirigentes de associações de arrozeiros e sindicatos presentes à assembléia geral de Cachoeira do Sul (RS).

Mais de 350 presidentes e diretores de associações, sindicatos e entidades de arrozeiros rejeitaram no início da noite de hoje (14), em assembléia em Cachoeira do Sul (RS), os preços propostos pelo governo federal para colocar em prática os contratos públicos de opção, mecanismo de comercialização que poderia enxugar mais de um milhão de toneladas do cereal do mercado brasileiro.

Os arrozeiros gaúchos consideraram aviltante o preço oferecido pelo governo e trancaram pé no patamar de R$ 25,00, dois reais a menos do que reivindicavam até semana passada. Os produtores aceitariam os R$ 23,20 para arroz com 50×18 de inteiros. A mensagem será repassada ao governo federal ainda hoje.

O governador gaúcho, Germano Rigotto, está agendando uma audiência com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para informar a decisão dos arrozeiros e pedir empenho do governo federal para atingir patamares conciliatórios. O governo federal anunciou que pretendia lançar os leilões dos contratos de opção públicos já na próxima sexta-feira (17).

Também na sexta-feira uma comissão de arrozeiros tentará ser recebida pelo presidente Lula, em visita que ele fará ao município gaúcho de Santa Rosa. Os produtores vão novamente tentar sensibilizar o presidente, pois estão convencidos que o impasse pode ser resolvido com uma posição política.

BLOQUEIOS

Os arrozeiros gaúchos resolveram dar uma trégua para os protestos. Todos os bloqueios serão suspensos e as ações devem se concentrar agora na organização de um caminhonaço para Brasília. Pelo menos 50 ônibus devem partir do Rio Grande do Sul, além de outros 50 caminhões. Um superarroz-de-carreteiro será servido para 15 mil pessoas no dia 27 de junho, próximo do prédio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Outras manifestações pontuais poderão ocorrer no Rio Grande do Sul até o dia 23, quando partirá o movimento dos produtores que receberá adesões nos estados de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Goiás.

CUSTEIO

Durante o caminhonaço, os arrozeiros vão incluir na pauta de reivindicações a prorrogação das parcelas do financiamento de custeio para aqueles produtores que comprovarem não ter condições de cumpri-las.

– Chegamos à triste conclusão que para muitos produtores já não adianta mais só adiar o vencimento para o final do ano. Muitos não terão como pagar e precisamos prorrogar e diluir este valor no futuro – revelou o presidente da Federarroz, Valter José Pötter.

PAGAMENTOS

Os arrozeiros gaúchos também vão abrir um canal de negociações com a direção do Banco do Brasil para ter um valor de referência para garantir o financiamento de custeio. Os produtores pretendem usar o custo operacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do governo federal, que indica para o Rio Grande do Sul uma média aproximada de R$ 27,50 para o saco de 50 quilos.

As associações municipais e sindicatos serão responsáveis pela negociação direta com as agências para encaminhamento do recibo de depósito e apresentação de uma carta justificando e respaldando a iniciativa, que foi elaborada pelo departamento jurídico da Federarroz.

– Os arrozeiros não querem ficar devendo e vão pagar oferecendo o seu dinheiro, que é o arroz, ao preço indicado pela Conab, que é um valor oficial – afirma Pötter.

TENSÃO

A assembléia da Federarroz, no auditório da Ulbra de Cachoeira do Sul, durou mais de cinco horas, a portas fechadas e em clima tenso. “Alguns produtores estavam muito nervosos, pois estão endividados”, comentou o presidente da União Central dos Rizicultores (UCR) e vice-presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Gilmar Freitag.

A principal discordância de alguns produtores era o valor a ser pedido pela saca de 50 quilos do cereal através dos contratos de opção, mecanismo de comercialização que poderia enxugar mais de um milhão de toneladas de arroz do mercado brasileiro. “Uns queriam R$ 27,00, mais a maioria decidiu brigar por R$ 25,00, que é um valor mais próximo aos R$ 23,20 que o Governo Federal acenou. Alguns, mais nervosos, acabaram se exaltando”, revelou Freitag.

O presidente da Federarroz, Valter José Põtter, revela que para muitos produtores já não adianta mais só adiar o vencimento para o final do ano. ” Muitos não terão como pagar e precisamos prorrogar e diluir este valor no futuro”, lamentou.

Os produtores gaúchos também pretendem abrir um canal de negociações com a direção do Banco do Brasil para ter um valor de referência para garantir o financiamento de custeio. Eles pretendem usar o custo operacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do governo federal, que indica para o Rio Grande do Sul uma média aproximada de R$ 27,50 para o saco de 50 quilos.

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