Arrozeiros saem otimistas de reunião com secretários Gastal e Covatti Fº
Secretários indicaram soluções para o Irga, mas por enquanto tudo segue no campo das ideias.
Integrantes do Conselho Deliberativo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) ficaram satisfeitos com os primeiros resultados da reunião virtual realizada, nesta quinta-feira, com o secretário estadual Cláudio Gastal (Governança e Gestão Estratégica e Planejamento). Gastal se comprometeu a estudar, e inclusive, acenou ser possível efetuar as mudanças propostas no sistema de gestão da autarquia pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luis Antônio Covatti Filho, para reestruturar o Irga.
Uma delas é a criação de um fundo, administrado por uma comissão formada por membros do governo e da cadeia produtiva, no qual seria depositada a parte da Contribuição para o Desenvolvimento da Orizicultura (CDO) que tem sido retida no Caixa Único do Estado.
O outro ponto de concordância de Gastal é o estabelecimento de plano de estruturação de cargos e salário dos servidores, aos quais seria aplicado o princípio da meritocracia. Essa ideia é interessante, já que agrônomos, pesquisadores e técnicos agrícolas se enquadram dentro dum contexto de produtividade nas ações junto à lavoura e pesquisa. A dúvida recai sobre a forma de aplicar isso aos demais servidores do quadro, como os do setor administrativo e jurídico, por exemplo.
O secretário Cláudio Gastal, que é da Zona Sul do Estado, mostrou familiaridade com o setor arrozeiro na teleconferência, que teve a participação, além de Covatti Filho, do presidente do Conselho Deliberativo, Fernando Reichsteiner, do conselheiro Cláudio Evangelista e do presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
Despertou atenção que a certa altura da reunião, Gastal disse que “O Irga é dos arrozeiros, e é para eles que o instituto deve trabalhar”. Além de pensar no futuro do Irga, o Governo do Estado também deve ter preocupações com o passado. O passivo resultante das retenções da CDO pelo Tesouro do Estado, até 2019, chegava a R$ 200 milhões, sem correção, valor equivalente à receita de mais de dois anos do Instituto.
Segundo fontes ligadas ao governo, também está em curso a reversão da nomeação de um cargo de confiança (AS), indicado por um deputado federal, que ocupou sem credenciais ligadas à lavoura, a vaga de um engenheiro-agrônomo de carreira. Depois do estouro, outras três nomeações políticas foram seguradas pela Casa Civil para o Irga. Este ano, segundo dirigentes do próprio instituto, “uma meia-dúzia de nomeações políticas, algumas pra cargos estratégicos” dificultou ainda mais as condições de gestão da autarquia e estabeleceram o descrédito dos profissionais de carreira e dos produtores com as intenções do Governo do Estado com a lavoura de arroz.